Vence o animal que faça o oponente gritar, fugir, cair ou deixar cair a cela bordada
A Turquia celebrou no passado domingo a 40ª edição do Selcuk-Efes Camel Wrestling Festival, o mais prestigiado evento do género. No “evento peculiar”, estiveram presentes 80 pares de camelos que se gladiaram entre si, embelezados por vestes coloridas e enquanto milhares de espectadores aplaudiam nas bancadas.
O festival acontece durante a época de acasalamento desta espécie, altura em que os machos se encontram particularmente agressivos, sobretudo quando são impedidos de acasalar.
O sistema de pontuação é praticamente impossível de compreender para quem não conhece a competição, mas, numa interpretação que pode ser abusiva, vence o camelo que faça o oponente gritar, fugir, cair ou deixar cair a cela bordada.
Tal como se verifica no futebol e em tantos outros eventos desportivos, quem assiste aproveita o dia com música, danças tradicionais, churrascos e bebidas tradicionais, como o raki destilado.
No dia que precede o festival de wrestling, os camelos desfilam num concurso de beleza, em que os focinhos são enfeitados com adereços coloridos, tecidos, pompons, sinos e bandeiras da Turquia. Os animais desfilam pela cidade, enquanto um júri os avalia.
Cultura ou barbárie? A dúvida que divide espectadores e associações animais
A Federação da Cultura e Luta de Camelos diz que não há uma data exata para quando a tradição terá começado na Anatólia, mas acredita-se que remonte ao século XIX e que tenha surgido entre os grupos nómadas concorrentes.
Por outro lado, várias associações de proteção animal exigem que a luta de camelos seja proibida, alegando que é, exclusivamente, um abuso contra os animais.
Embora a lei turca para a proteção dos animais proíba as lutas de animais, permite festivais folclóricos sem violência.