Conceição: «Às vezes também me dá vontade de assobiar no banco»

10 nov 2023, 12:47

Treinador do FC Porto entendeu a frustração dos adeptos e assume que se estivesse na bancada também «era capaz de dar uma "assobiadelazinha"»

O FC Porto derrotou o Antuérpia na terça-feira, por 2-0, mas os adeptos presentes no Estádio do Dragão mostraram à equipa que não estavam a gostar da exibição. Durante a partida, foi possível ouvir vários assobios vindos da bancada, algo que Sérgio Conceição entende, embora considere que devia haver mais paciência.

«Assobio do banco. São oito jogos na fase de grupos da Liga dos Cmapeões, perdemos um, ganhámos sete, perdemos com o Barcelona. Depois do Brugge [na época passada], tivemos sete vitórias em oito. Eu aplaudia na bancada. Mas ao ver erros que cometemos com o Antuérpia, com o adversário em inferioridade numérica, eu como adepto na bancada era capaz de dar uma "assobiadelazinha". É o futebol», afirmou o técnico dos dragões em conferência de imprensa.

«Há a obrigatoriedade de ganhar e de jogar bem. Se isso não acontecer... Nem vou falar dos jogadores ausentes, senão começam a dizer que é desculpa. Podia dar algumas justificações, houve alguma impaciência das bancadas em relação à nossa dinâmica em posse, não percebendo – e os adeptos não têm de perceber - quem estava em jogo, de que maneira constroem os centrais; os médios, se olham para a baliza ou para os corredores centrais; que tipo de movimentos é que os nossos avançados fazem. Meti o Francisco [Conceição] e outros jogadores para retificar algumas situações, que se calhar em 11 para 11 tínhamos mais facilidade em chegar ao golo, pelas características dos jogadores dentro do campo», prosseguiu.

«Mas os adeptos lá querem saber disso, querem é meter a bola dentro e ouvir a bola na rede. Eu também. Às vezes também me dá vontade de assobiar no banco, uma vezes para os adeptos, outras para os jogadores e outras para mim próprio», completou.

O técnico portista afirmou que o objetivo passa por «chegar rapidamente ao primeiro lugar» e voltou a destacar a exigência vivida no clube.

«Esquecemos – nós, universo FC Porto - que jogamos contra adversários, eles têm qualidade, não jogamos sozinhos, os treinadores também têm estratégias bem definidas para jogar contra nós», frisou.

«Dei o exemplo de que o Shakhtar ganhou ao Barcleona e quando nós ganhamos ao Shakhtar parecia que o Shakhtar era uma equipa da distrital, extremamente fraca. Este Antuérpia, e eu conheço o campeonato, é competitivo, não é das melhores equipas da Europa, mas foi campeão belga e a Bélgica ao nível de seleções está onde está. Não se pode desvalorizar tudo o que fazemos de bom nem valorizar o que fazemos de mau. Não é justo e tem sido uma constante ao longo dos anos aqui», finalizou.

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