Euro 2024: Portugal-Eslovénia, 0-0, 3-0 g.p. (destaques)

Vítor Maia , Enviado especial ao Euro 2024, em Frankfurt
1 jul, 23:41

Façam-lhe uma estátua!

Figura: Diogo Costa

Está mais maduro e preparado para os momentos de decisão depois do Mundial 2022. O guarda-redes foi GI-GAN-TE. Seguro com os pés e fora dos postes, incrível entre os postes. Diogo Costa foi um monstro, sobretudo no prolongamento, quando Sesko se isolou depois de um erro de Pepe. Os três penáltis travados foram o coroar de uma noite memorável. Façam-lhe uma estátua pois história  já fez!

Momento do jogo: as lágrimas de Cristiano Ronaldo, minuto 105

Minuto 105, penálti a favor de Portugal depois de Diogo Jota ter sido travado em falta na área. À procura de se tornar no mais velho de sempre a marcar em fases finais de Europeus, Cristiano Ronaldo assume a marcação da grande penalidade e vê Oblak voar para a bola e a travar o remate. Frustração, tristeza, enfim, o capitão não conteve as lágrimas e foi consolado pelos companheiros - redimiu-se no desempate por penáltis.

Outros destaques:


Rafael Leão: bem-vindo, por fim, ao Europeu. Em campo aberto, com espaço para correr, o extremo é praticamente imparável. Possante, Rafael Leão teve liberdade, quase como se a disposição de Portugal em campo o convidasse a ensaiar lances de um contra um. Sem surpresa, o avançado fez o melhor jogo neste Euro, arrancou cartões amarelos, criou jogadas para finalização, enfim. Incompreensivelmente (tal como Vitinha minutos antes) saiu a 15 minutos do fim do período regulamentar.

João Cancelo: o melhor jogo em todo o Campeonato da Europa. Com liberdade para jogar por dentro ou no corredor, o lateral-direito teve um rendimento altíssimo, sobretudo a atacar. Não comprometeu defensivo, embora a Eslovénia tivesse incomodado pouco, mas foi no momento ofensivo que mais brilhou – como gosta, aliás. Tecnicamente refinado, João Cancelo deu uma lição de como atacar, fez o o que quis de Balkovec e de quem por esse espaço passou.

Sesko: provou por que razão é visto como um fenómeno na Eslovénia. Muitas vezes, o avançado do Leipzig e Sporar foram «duas ilhas» no meio de um mar de camisolas vermelhas. Ainda assim, Sesko conseguiu ganhar duelos e desenhou as melhores ocasiões eslovenas na partida – num desses lances provou Pepe tem mesmo 41 anos. Mais tarde, já no prolongamento, o atacante desperdiçou a hipótese de ser herói ao falhar na cara de Diogo Costa.

Nuno Mendes: jogaço! O lateral-esquerdo esteve irrepreensível a defender (quem se lembra do corte a impedir o remate de Sporar na primeira parte?) e cresceu ofensivamente no decorrer de jogo. Portugal voou nas asas de Nuno Mendes e Cancelo e foi perigoso pelo que estes dois foram capazes de acrescentar ofensivamente.

Jan Oblak: o ex-Benfica foi um muro. O esloveno ganhou o duelo individual com Ronaldo ao defender não só o penálti, mas também dois livres diretos. Foi, como habitualmente, o «porto seguro» da Eslovénia. Não cometeu um único erro e como tantas vezes acontece no desporto, simplesmente o adversário foi melhor (neste caso, Diogo Costa). Há que aceitar e aplaudir.

Vitinha: está num nível altíssimo ou como diria Luis Enrique, entre os melhores do mundo. O médio agarrou a batuta da Seleção, jogou, fez jogar e teve pormenores de classe. Ditou os ritmos da partida a seu-bel prazer. Pelo menos foi o que pareceu da bancada embora Martínez tenha tido outra leitura do banco - foi o primeiro a sair à passagem da hora de jogo.

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