Portugal-Áustria (antevisão): temos sempre Paris!

18 jun 2016, 09:43
Parc des Princes

Segunda jornada, no Parc des Princes, pode recolocar a Seleção Nacional na rota dos oitavos

*Enviado-especial ao Euro 2016

[artigo original publicado às 23:58]

Depois de uma estreia aquém das expetativas, Portugal e Áustria, os ainda favoritos para o primeiro lugar no Grupo F do Euro 2016, defrontam-se este sábado num Parc des Princes com esperada larga maioria de portugueses nas bancadas. Numa cidade com forte presença lusa, é aguardado que grande parte das bancadas do estádio parisiense, que nesta competição tem capacidade para 45 mil pessoas, esteja pintada de vermelho e verde.

A análise táctica à seleção austríaca: orquestra tem grandes músicos e já esteve afinada

A Seleção Nacional chega ao embate com aquele que é teoricamente o seu maior adversário nestes três encontros depois de ter empatado a um golo em Saint Étienne com a fechada e muito estereotipada Islândia, que usou e abusou do jogo aéreo e direto.

A Áustria, por sua vez, um conjunto muito mais versátil e com diferentes argumentos no setor ofensivo, foi arrasado, em inferioridade numérica, por uma Hungria apoiada em blocos baixos e em contra-ataques pela certa (0-2). A surpreendente derrota da equipa de Marcel Köller coloca-a numa situação muito complicada, precisando de vencer Portugal para manter intactas as expetativas de seguir em frente.

Junuzovic, a grande baixa na seleção austríaca.

As dúvidas na Áustria

Se Fernando Santos, salvo algum problema de última hora, parece partir para o confronto com as 23 armas que trouxe para Marcoussis, já o suíço sofreu duas baixas com grande impacto na estrutura que tem mantido nos últimos meses. Dragovic, o mais talentoso e versátil dos seus centrais, um dos pontos de saída mais confiáveis a partir da defesa, está castigado depois de ter sido expulso frente à Hungria. Mais à frente, na posição 10, Zlatko Junuzovic sofreu uma rotura parcial do ligamento do tornozelo e é baixa confirmada para o resto da fase de grupos.

Se na posição de Dragovic não haverá grandes dúvidas quanto ao seu substituto: Sebastian Prödl foi o titular nos últimos quatro jogos da qualificação, roubando o lugar a Hinteregger, que esteve no onze inicial perante os húngaros. Os dois farão agora dupla no eixo defensivo dos austríacos.

À frente, as dúvidas são obviamente maiores. Numa primeira análise, o vazio deixado por Junuzovic poderá significar o deslocamento de David Alaba para essa posição, mas isso significaria a entrada do outro único médio-defensivo no lote dos 23, Ilsanker, ficando sem mais opções no banco. Uma segunda opção seria manter Alaba no duplo-pivot com Baumgartlinger, e apostar num jovem de 22 anos como novo 10. Alessandro Schöpf transferiu-se no mercado de inverno do Nuremberga para o Schalke 04, e criou impacto no clube de Gelsenkirchen, mas peca pela inexperiência, uma vez que não esteve em nenhum dos jogos de qualificação e apenas se estreou no onze no particular com Malta.

Quaresma poderá ser a grande novidade no onze português.

Há ainda outra questão, que se prende com a má exibição de Harnik frente à Hungria e que poderá abrir caminho à aposta em Sabitzer. Köller está a pouco mais de 24 horas de decisões difíceis.

As escolhas de Fernando Santos

O discurso do selecionador depois do 1-1 com a Islândia tem alinhado pela necessidade de refrescar, de o adversário ser diferente e de que não irá fazer uma revolução. Nesse sentido, não se prevêem muitas alterações no 11 luso.

A forma atual de Quaresma tem-no colocado à porta da equipa inicial, e deverá ser desta que tal vai acontecer. No entanto, não será às custas de Nani, que marcou e foi um dos melhores em campo frente aos nórdicos. Nem, obviamente, de Cristiano Ronaldo. Ou seja, o sacrificado estaria no meio-campo e, tendo em conta a fraca exibição em Saint Étienne, João Mário é um dos maiores candidatos a, desta vez, ficar no banco.

A outra questão prende-se com a Áustria, e o pressing alto e agressivo que coloca sobre a saída de bola do adversário. Tal poderá fazer com que William Carvalho, mais seguro no passe, seja o escolhido em vez de Danilo.

E as mudanças deverão terminar aí.

Onzes prováveis:

PORTUGAL

ÁUSTRIA

Áustria: resultados da fase de qualificação:

08-09-2014, Viena, Áustria-Suécia, 1-1
09-10-2014, Chisinau, Moldávia-Áustria, 1-2
12-10-2014, Viena, Áustria-Montenegro, 1-0
15-11-2014, Viena, Áustria-Rússia, 1-0
27-03-2015, Vaduz, Liechtenstein-Áustria, 0-5
14-06-2015, Moscovo, Rússia-Áustria, 0-1
05-09-2015, Viena, Áustria-Moldávia, 1-0
08-09-2015, Solna, Suécia-Áustria, 1-4
09-10-2015, Podgorica, Montenegro-Áustria, 2-3
12-10-2015, Viena, Áustria-Liechtenstein, 3-0

Euro 2016:
14-06-2016, Áustria-Hungria, 0-2

Portugal: resultados da fase de qualificação:

07-09-2014, Portugal-Albânia, 0-1
14-10-2014, Dinamarca-Portugal, 0-1
14-11-2014, Portugal-Arménia, 1-0
29-03-2015, Portugal-Sérvia, 2-1
13-06-2015, Arménia-Portugal, 2-3
07-09-2015, Albânia-Portugal, 0-1
08-10-2015, Portugal-Dinamarca, 1-0
11-10-2015, Sérvia-Portugal, 1-2

Euro 2016:
14-06-2016, Portugal-Islândia, 1-1

HISTÓRICO

Portugal e Áustria defrontaram-se pela última vez em jogos oficiais em outubro de 1995, na fase de apuramento para o Euro 2016. A Seleção ganhou esse Grupo E, e frente aos austríacos somou uma vitória em casa (1-0, golo de Luís Figo) e um empate em Viena (1-1, com golo de Paulinho Santos), que então garantiu o apuramento para a fase final, em Inglaterra, acabando com uma seca de dez anos.

Os portugueses têm apenas mais um triunfo, por 2-1, na Áustria, em encontro da fase de apuramento para o Campeonato da Europa de 1980. A equipa das quinas seria derrotada pelo mesmo resultado no jogo de volta e falharia a fase final, tal como os adversários, ficando ambos atrás da qualificada Bélgica.

A 27 de Setembro de 1953, Portugal sofreu a sua maior derrota perante os austríacos, um pesadíssimo 9-1 (cinco golos de Erich Probst), que o 0-0 de Lisboa em Novembro não fez diluir.

Há ainda mais três empates e uma derrota em encontros particulares.

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