João Loureiro contundente O presidente do Boavista, que ainda não recebeu a verba do Estado relativa às obras no Bessa, queixa-se da burocracia e critica os que andam «no mundo das fotografias».
Começou por falar da SAD, mas depressa mudou a temática do discurso. João Loureiro deixou transparecer muito cepticismo quanto à organização portuguesa do Euro-2004. «Desconfio muito!», afirmou o presidente axadrezado numa miniconferência de Imprensa, cujo tema central passava pelo futuro do clube do Bessa. Mas aos poucos, a lupa opinativa acabou por analisar o futebol nacional.
Óbvia, a pergunta saltou do bolso: o Boavista já recebeu os 25% que o Estado prometeu para as obras do novo estádio? Resposta pronta: «Continuamos na mesma, à espera, não obstante termos enviado cartas às entidades competentes. Amanhã, o engenheiro Jorge Costa vai encontrar-se com Gilberto Madail e espero que haja novidades. Estamos fartos de conversa!», desabafou o presidente, que aguarda 600 mil contos, referentes à construção do Estádio do Bessa Século XXI.
João Loureiro acabou por colocar o dedo na ferida e opinar sobre o Europeu com o carimbo português. «Para haver Euro-2004 é preciso haver obras! E não burocracias e papéis! Por isso, duvido que se realize o campeonato da Europa no nosso país», destacou o presidente do Boavista. «Toda a gente gosta de usar cachecóis em determinados momentos, mas ninguém se preocupa com o futebol», sublinhou, para repetir a ideia mais uma vez: «Se continuar assim, desconfio muito que haja Euro-2004. Aliás, muitos clubes têm medo de avançar com as obras».
Mas João Loureiro não ficou por aqui. Mordaz e objectivo foi ainda mais longe: «Não vejo ninguém a tratar das questões de segurança ou de acessibilidade dos estádios. Como me movimento no mundo da realidade, acho que vai ser difícil organizarmos o Euro-2004», tornou a repetir, sem se cansar. «Não ando no mundo das fotografias!».
