Liga portuguesa tem 37 jogadores nascidos depois de 1992 nos onze-base das 18 equipas
Dizer que o futuro do futebol está nos pés e nas mãos dos atuais sub-23 é uma daquelas evidências cuja validade o tempo não terá problemas em provar. Já avaliar o seu impacto atual nas principais Ligas europeias é um trabalho um pouco mais árduo – que o Football-Observatory/CIESO estudo do CIES centra-se no chamado Top-5 do futebol europeu, as Ligas de Inglaterra, Espanha, Alemanha, França e Itália. Recorrendo a seis índices de intervenção no jogo – duelos defensivos, recuperações de bola, eficácia de passe, duelos ofensivos, criação de oportunidades e eficácia de remate
Assim, no que diz respeito à eficácia defensiva, definida pela percentagem de duelos ganhos, a lista é encabeçada pelo jovem uruguaio José Gimenez
Já no capítulo da recuperação de bolas, o maior especialista nas Ligas Top-5 joga na equipa de Leonardo Jardim: o internacional francês Kurzawa
No que toca à eficácia de passe, medida pela percentagem de passes falhados , Marco Verratti
Entrando no capítulo ofensivo do jogo, o inglês Oxlade-Chamberlain
Já nos itens das assistências e da criação de oportunidades de golo, o destaque vai para um nome já consagrado, o internacional espanhol Isco
Na eficácia de remate, a lista é liderada por um dos maiores talentos da atualidade, o brasileiro Neymar
A terminar, duas notas de destaque. Por um lado, o facto de nem um sub-23 português entrar nos melhores 12 de qualquer uma destas categorias. Por outro, o registo para a polivalência de dois jogadores que atuam na série A: o já citado Paulo Dybala (Palermo), e o arrasador Paul Pogba
E em Portugal, como é?
A Liga portuguesa, já se sabe, não se destaca pelas portas que abre a jovens. Dos 198 jogadores que estiveram em campo em mais de metade dos minutos nesta edição da prova (855), apenas 37 cumprem os critérios de idade, ou seja, menos de um quinto do total. A média de idades dos jogadores utilizados na Liga é de 25,7, o que a deixa precisamente a meio da tabela etária das Ligas Europeias, que tem a Holanda (24,2) no extremo mais jovem e a Itália (27,2) no mais velho. Refira-se, aliás, que as cinco principais Ligas tendem a apostar na experiência: Inglaterra (26,8), Espanha (26,2), Alemanha (25,9) e França (25,8) também estão na metade mais idosa desta tabela.
Ainda assim, em Portugal, o único clube que não tem qualquer jogador sub-23 no onze base é o Moreirense. Todos os outros têm pelo menos um (casos de Benfica, Paços de Ferreira, Belenenses, Marítimo, Boavista, Penafiel, Arouca). O V. Guimarães
Dos sub-23 que integram o onze base das suas equipas, 15 são portugueses, com V. Guimarães (quatro) e Sporting (três) a proporcionarem os maiores contingentes. Eis a lista dos 37:
Talisca (Benfica), Bruno Martins Indi, Casemiro e Oliver Torres (FC Porto), Paulo Oliveira, João Mário e William Carvalho (Sporting), Bruno Gaspar, Josué Sá, Bernard, Cafu e Tomané (V. Guimarães), Matheus, Danilo, Rafa Silva (Sp. Braga), Prince, Diego Lopes, Wakaso, Hassan (Rio Ave), Fábio Sturgeon (Belenenses), Sérgio Oliveira (P. Ferreira), Tozé, Sebá (Estoril), Bauer (Marítimo), Miguel Rodrigues, Ali Ghazal e Gomaa (Nacional), Philipe Sampaio (Boavista), Frederico Venâncio e João Schmidt (V. Setúbal), Ivan Balliu (Arouca), Iago Santos e Ofori (Académica), Aldair (Penafiel), Pecks, Luís Silva e Simy (Gil Vicente).
A falta de estatísticas fiáveis na Liga portuguesa, no que diz respeito a vários dos aspectos avaliados no estudo do CIES, não permite organizar classificações idênticas aos das Ligas top-5. Assim, Maisfutebol