Veríssimo: «Fica uma sensação amarga»

David Marques , Estádio António Coimbra da Mota, Estoril
17 set 2022, 21:32

Treinador do Estoril diz estar orgulhoso com a exibição da equipa frente ao FC Porto, mas assume que golo a fechar deixou marca

Nélson Veríssimo, treinador do Estoril, em declarações aos jornalistas após o empate com o FC Porto:

«Acima de tudo, muito orgulho pelo que conseguimos fazer enquanto equipa. Sabíamos que íamos ter um desafio complicadíssimo contra o campeão nacional, que certamente ia querer dar uma resposta após o resultado negativo que teve no jogo anterior.

Mas fizemos um excelente jogo, em muitos momentos a conseguir dividir o jogo com o FC Porto, que pela sua qualidade individual, coletiva e pelas ideias do treinador também nos criou naturais dificuldades. Mas satisfaz-nos ter visto esta equipa e estes jogadores com vontade de dividir o jogo. Quando era possível pressionámos à frente, quando tivemos de descer o bloco, assumimos essa circunstância do jogo, mas acima de tudo saímos com a sensação de que conseguimos dividir o jogo contra uma excelente equipa, campeã nacional em título, e acabámos por somar um ponto na nossa caminhada. Estiveram perto de serem três, mas naquilo que são os nossos objetivos foi um ponto somado na nossa luta, que sabemos que vai ser difícil. Não podemos pensar que o nosso caminho está feito. Ainda há muito campeonato pela frente e esta equipa tem muito por onde crescer.»

[Estoril esteve a vencer até à compensação. Acaba por saber a pouco]

«Acho que fizemos bom jogo contra equipa difícil: estivemos a vencer até ao minuto 90 e pouco depois, fruto de uma decisão do árbitro, um penálti, o FC Porto reduz e passámos de três para um ponto. Já tive a oportunidade de ver e parece-me que o penálti é bem assinalado. Tenho dúvidas, porque ainda não vi com muita precisão, relativamente à questão do fora de jogo.

Mas se me perguntar qual é a sensação que fica, é uma sensação amarga, obviamente que sim. Pelo que a equipa fez, pela forma como os jogadores se atiraram ao jogo no sentido de o dividir com os jogadores do FC Porto.»

[Qual foi o segredo para o Estoril ter feito o que fez ao FC Porto?]

«É o segredo do trabalho. Os jogadores têm qualidade. Tivemos muitas mexidas no plantel do ano passado para este ano, 15 ou 16. É uma equipa nova pelos jogadores que estão a representar o Estoril e nova em termos de idade. Isso não é preocupante, porque mais importante é o critério da qualidade e eles sabem que a têm. Temos de nos ligar uns aos outros e perceber que se queremos ter outros objetivos em termos futuros, como aconteceu com a saída do André Franco para o FC Porto e do Arthur para o Sporting, as coisas não nos vão cair nas mãos. Temos de batalhar por elas e eles têm percebido isso. São jovens ambiciosos e que querem evoluir para chegar a outros patamares. Claro que também contamos com jogadores mais experientes, como o Joãozinho, que hoje fez o jogo 200 na Liga.

Estamos satisfeitos como o início do campeonato que estamos a fazer, mas as coisas não estão conquistadas. E temos de trabalhar diariamente para atingirmos os nossos objetivos.»

[Que balanço faz da época do Estoril até agora?]

«É sempre difícil fazer: se me dissesse no início da época que à 7.ª jornada teríamos 11 pontos, assinava de cruz, obviamente.

É um bom início dentro daquilo que são objetivos para esta época. Agora; não podemos adormecer ou pensar que as coisas vão acontecer, porque temos de trabalhar muito diariamente e cada jogo é um desafio diferente e uma oportunidade para os jogadores se mostrarem individualmente e, acima de tudo, coletivamente. E acho que a equipa aproveitou hoje a oportunidade muito bem. (…) Os jogadores estiveram muito bem na interpretação do jogo. (…) Mas não podemos cair no erro de achar que as coisas estão feitas, porque não estão.»

[Sobre as exibições dos defesas-centrais e de Tiago Gouveia, autor do golo do Estoril]

«Não querendo individualizar, acho que estiveram todos muito bem. O Tiago faz um golo depois de um passe do Joãozinho. A receção é deliciosa na circunstância em que consegue fazer uma receção orientada para a baliza e fica logo em condições para finalizar.

Mas para ali chegarmos, a equipa teve de funcionar como um todo. A linha defensiva, os médios, terminando no Erison e nos jogadores que entraram. E nos que não entraram, porque diariamente a equipa consegue evoluir e crescer com o trabalho de todos.

Esta é a mensagem que queremos vincar: todo o sucesso que a equipa possa ter faz parte do trabalho de todos.»

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