Gudelj já provou pastel de nata, mas cuidados até incluem «chef» privado

26 out 2018, 10:03

Entrevista exclusiva ao Maisfutebol

Nemanja Gudelj chegou ao Sporting, por empréstimo do Guangzhou Evergrande, com rótulo de substituto de William Carvalho, mas não sente pressão extra por isso. Feliz em Alvalade, o jogador sérvio falou ao Maisfutebol sobre os primeiros meses no clube leonino e o objetivo do título.

O médio, de 26 anos, também recordou que esteve para ir para o FC Porto em 2014, mas que achou melhor não dar esse passo. A explicação é simples.

Treinado por Jaime Pacheco na China, para onde foi também por dinheiro, como admitiu, Gudelj sente-se satisfeito com a carreira que está a construir e abriu as portas para ficar em Portugal.

Com pai ex-futebolista (agora treinador) e mãe nutricionista, tem o desporto no sangue - o irmão joga no Vitoria Guimarães B e a irmã é tenista - e a alimentação como um dos seus maiores cuidados.

O Sporting, a carreira e algumas curiosidades de mais um estreante no futebol português, que fala castelhano desde criança (porque o pai jogou em Espanha) e que já percebe «70 a 80 por cento» do que se diz na língua de Camões, numa entrevista de três partes.

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É muito ligado aos seus irmãos, quem homenageia sempre nas camisolas [8 e 27 os dias de aniversário e agora 86 o número do irmão no V. Guimarães] e os três são desportistas… Alguma razão? Não dava para ser outra coisa na família Gudelj?

Era difícil porque o meu pai foi futebolista e a minha mãe quando era nova também jogava basquetebol. A minha irmã começou no ballet mas, com sete ou oito anos, mudou-se para o ténis e o meu irmão joga futebol. O desporto faz parte da família, era difícil sair desse círculo. (risos)

Agora, aqui em Portugal, está outra vez no mesmo país que o seu irmão Dragisa. Tem estado com ele ou Guimarães mesmo assim é longe?

É longe ainda, mas quando temos mais dias livres dá para estarmos juntos porque podemos apanhar o comboio e estar juntos em duas horas e meia/três. Não estamos juntos muitas vezes, mas falamos todos os dias; estamos sempre em contacto e em videochamadas.

No NAC Breda, em 2012/2013, foi treinado pelo seu pai, Nebojsa. Foi mais difícil do que com qualquer outro treinador?

Não é uma situação fácil, mas para mim não foi assim tão difícil porque quando ele chegou eu já era importante na equipa e por isso não podiam dizer que eu estava a jogar por ser filho do treinador. Tinha era de olhar para ele como treinador. Ser filho dele ajudava a que lhe dissesse depois dos jogos o que os outros jogadores lhe queriam dizer, isso ajudava-o a ele e aos jogadores também.

E quando chegavam a casa ele não lhe dizia que tinha jogado mal ou algo do género?

Não, não, porque se dissesse a minha mãe matava-o. (risos)

A sua mãe que também é muito presente e que é nutricionista, e o Gudelj tem muitos cuidados com a alimentação. Porquê?

Considero que é algo muito importante para se ser um bom desportista. Se olharmos para os atletas de topo, por exemplo o Djokovic [tenista sérvio], também vemos isso e faz sentido. Quando mudei a minha alimentação senti-me muito melhor e percebi que não me cansava tanto e que me fazia sentir melhor. Quando era mais novo, antes dos jogos comia carne e coisas com açúcar e até me sentia bem, porque não sabia como era de outra maneira, mas quando cortei nessas coisas vi que por exemplo no minuto 80 não estava tão cansado e que podia fazer um sprint que o adversário não podia fazer. A partir daí percebi que devia seguir com esta alimentação. Mas não posso falar pelos outros, cada jogador faz o que acha melhor.

Sei que não come carne e não bebe café, por exemplo… o Sporting tem cuidados especiais consigo?

Sim, aqui no refeitório há de tudo. Vou comer e posso escolher de tudo, mas o nutricionista também está sempre a dizer que se precisar de alguma coisa é só dizer.

E o Gudelj não come seis horas antes dos jogos, não é? Porquê?

Sim, é verdade, a última vez que como alguma coisa sólida como por exemplo arroz, batatas ou massa é pelo menos seis horas antes do jogo. Depois disso é só sopa ou sumos de fruta… coisas que não pesam muito.

Então e é muito difícil cozinhar para si?

(risos) Não, na realidade é muito fácil só têm de saber o que como. É ter uma lista e depois é muito fácil.

É o Gudelj que cozinha para si?

De momento, sim, mas sempre que cozinho ligo à minha mãe porque é ela quem costuma cozinhar. Quando estava na China tinha um rapaz que cozinhava para mim e ele agora vem para aqui para fazer o mesmo.

E já experimentou a comida portuguesa?

Sim, provei. Têm uma coisa doce… assim [faz um circulo com as mãos] não sei como se chama…

Pastel de nata?

Sim, isso. Tem açúcar, mas, como não era altura de competição, provei e gostei muito.

E bacalhau?

Bacalhau ainda não, mas outros peixes já e gostei muito.

Está a gostar de Lisboa?

Sim, estou a gostar muito. As pessoas são muito amáveis e querem sempre ajudar, o tempo é espetacular… estamos quase em novembro e ainda há sol.

E o que é que já sabe dizer em português?

Sei muitas coisas, coisas fáceis. ‘Tudo bem’, ‘obrigado’ e coisas más [asneiras] também sei…

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