67% dos trabalhadores dependentes ganha menos de mil euros. Salário dos licenciados foi o que menos subiu

12 jul 2023, 16:40
Dinheiro (Getty Images)

Remuneração média mensal dos trabalhadores por conta de outrem, que trabalhavam a tempo completo, era de 1.158,47 euros para os contratados sem termo e de 879,14 euros para os contratados a termo

Mais de metade (66,9%) dos trabalhadores por conta de outrem a tempo inteiro ganhavam entre 665 e 999,99 euros em 2021, com 27,8% dos trabalhadores a auferir uma remuneração mensal entre 1.000 e 2.499,9 euros, de acordo com os dados do “Relatório anual sobre Emprego e Formação Profissional, 2022”, elaborado pelo Centro de Relações Laborais (CRL), apresentado esta quarta-feira. Os salários dos licenciados foram os que menos cresceram.

Cerca de 4,2% dos trabalhadores por conta de outrem (TCO) tinha um escalão remuneratório entre os 2.500 e os 4.999,99 euros e no escalão igual ou superior a 5.000 euros havia apenas cerca de 0,7%. “Quanto ao escalão inferior à Rendimento Mínimo Garantido (RMMG), e tendo em conta o aumento da RMMG para 665 euros em 2021, esta abrangeu cerca de 0,4% dos trabalhadores”, pode ler-se no relatório.

“Analisando as remunerações bases médias mensais tendo em conta o tipo de contrato, e de acordo com a informação dos Quadros de Pessoal, constata-se que, em 2021, no Continente, a remuneração média mensal dos TCO que trabalhavam a tempo completo era de 1.158,47 euros, para os contratados sem termo, de 879,14 euros para os contratados a termo, (ou seja, cerca de 75,9% da remuneração base média dos contratados sem termo) e de 905,07 euros, para os contratados com termo incerto“, refere ainda o relatório.

Na Administração Pública, de acordo com os dados da DGAEP, em 2022, no Continente, o ganho médio mensal dos trabalhadores a tempo completo era de 1.846,0 euros.

“Comparativamente com 2021, o ganho médio cresceu cerca de 2,5%, o que correspondeu a um acréscimo de 45,5 euros. Ao longo dos últimos cinco anos, o ganho médio mensal aumentou 7,2%, tendo passado de 1.722,0 euros, em 2018, para 1.846,0 euros em 2021, ou seja, um acréscimo de 124 euros”, aponta o relatório.

Em 2021, os setores de atividade com ganhos médios mensais mais baixos continuavam a ser o do Alojamento, restauração e similares (913,66 euros), a Agricultura, produção animal, caça, floresta e pescas (1.011,42 euros), e os subsetores do Fabrico de mobiliário e colchões (950,15 euros) e da Fabricação de têxteis; Indústria do vestuário; indústria do couro e dos produtos do couro (954,51 euros), destaca o estudo.

Salários dos licenciados foram os que menos subiram

Entre 2020 e 2021, o ganho médio mensal aumentou para todos os níveis de habilitações, tendo, em geral, “aumentado mais nos níveis de habilitações mais baixos”, aponta o relatório. Assim, entre os trabalhadores com 1.º ciclo de ensino subiram 4,2%; aumentaram 3,9% para os trabalhadores com menos do que o 1.º ciclo do ensino básico e 3,8% para os trabalhadores com o 2.º ciclo do ensino básico).

“Os trabalhadores cujo ganho médio mensal menos cresceu foram os trabalhadores que possuíam a licenciatura (mais 1,6%) ou o ensino secundário (mais 2,2%). De destacar os trabalhadores com o curso técnico superior profissional e com o doutoramento, que viram o seu ganho médio mensal aumentar 5,3% e 5,1%, respetivamente”, aponta o relatório.

Entre 2017 e 2021, o ganho médio mensal aumentou mais de 13,5% para os trabalhadores de todos os níveis do ensino básico. “Os trabalhadores com habilitações mais elevadas, nomeadamente doutoramento, licenciatura e bacharelato, evidenciaram um menor crescimento do respetivo ganho médio (9,9%, 6,4% e 7,6%, respetivamente)”, diz o relatório.

“Analisando o ganho médio mensal por níveis de habilitações, verifica-se que, em 2021, este era, de um modo geral, tanto mais elevado quanto maior o nível de escolaridade, variando entre os 849,53 euros, para os trabalhadores que tinham habilitações inferiores ao 1.º ciclo do ensino básico e os 2.797,56 euros, para os trabalhadores que possuíam doutoramento”, refere ainda o estudo do Centro de Relações Laborais.

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