Rússia está a copiar os drones iranianos para atacar a Ucrânia - e junta-lhes peças da China e dos EUA

CNN Portugal , HCL
11 ago 2023, 11:17
Drone Shahed-136 (Stratcom Ucrânia)

Produção interna de drones semelhantes aos Shahed-136 iranianos foi descoberta por um grupo de investigadores internacionais que analisaram destroços dos campos de batalha

A Rússia começou a fabricar réplicas de drones de ataque comprados ao Irão no ano passado, estando a utilizá-los nos combates contra as forças ucranianas, segundo relata o The New York Times, que cita um relatório publicado na quinta-feira por um grupo de investigação internacional sobre armamento.

Este fabrico de drones semelhantes aos Shahed-136 iranianos acontece apesar das sanções impostas para paralisar a produção de armas do país, denotam os investigadores da Conflict Armament Research, um grupo independente com sede no Reino Unido que identifica e analisa armas e munições utilizadas na guerra.

Este grupo visitou Kiev no final de julho e inspecionou os destroços de dois drones de ataque utilizados nos combates no sudeste da Ucrânia. Os dois drones parecem ser Shahed-136 iranianos, mas contêm módulos eletrónicos correspondentes a componentes anteriormente recuperados de drones de vigilância russos”, dá conta o relatório.

No entanto, os materiais que foram utilizados para construir estes dois drones, que constam no relatório, tal como a estrutura interna das fuselagens “diferem daqueles que, ao que se sabe foram fabricados no Irão”, afirma o grupo de investigadores. Isto porque uma análise das características do projeto e dos principais componentes destes equipamentos militares mostra a presença de marcas de empresas sediadas em vários países, incluindo China, Suíça e Estados Unidos. 

O relatório afirma também que doze componentes foram fabricados após o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, com três componentes russos com datas de fabrico entre janeiro e março de 2023.

Em setembro, a Rússia iniciou a utilização de drones Shahed de fabrico iraniano para a realização de ataques no território da Ucrânia. Alegadamente, estes drones estão equipados com mais de 30 quilos de explosivos e têm um alcance de cerca de 965 quilómetros.

Damien Spleeters, que liderou a equipa de investigação, sublinhou ao jornal norte-americano: "Isto permitirá à Rússia manter as suas estratégias de ataque e a sua dependência destes drones. A capacidade de produção interna permite-lhes manter esta tendência."

Peritos em armamento confirmaram também ao NYT que tanto os drones Shahed de origem iraniana como a versão russa produzida internamente utilizam sinais de navegação por satélite para atingirem alvos pré-programados.

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