Trump em tribunal de Nova Iorque para prestar depoimento como testemunha

Agência Lusa , MJC
6 nov 2023, 17:45
Donald Trump (AP)

Trata-se do julgamento civil por fraude na Trump Organization

O ex-presidente norte-americano Donald Trump apresentou-se esta segunda-feira no tribunal de Nova Iorque para prestar depoimento como testemunha no julgamento civil por fraude na Trump Organization. Trata-se de um processo movido pela Procuradoria-Geral de Nova Iorque, exigindo o pagamento de uma penalização de 250 milhões de dólares (232,7 milhões de euros).

O ex-presidente chegou poucos minutos antes do início da sessão, agendada para as 10:00 (hora local, 15:00 em Portugal continental), mantendo o registo das suas aparições anteriores: vestido com um fato azul e gravata da mesma cor, rodeado pelos seus advogados e com um semblante sério, olhando para a frente ao passar pela primeira fila do público, onde estava a procuradora Letitia James, por quem Trump não esconde a sua aversão.

Uma vez chamado o público à ordem, o juiz Arthur Engoron permitiu que os fotógrafos entrassem e disse que queria proceder com rapidez, por isso chamou Trump para o lugar das testemunhas, que por sua vez caminhou lentamente, fez o seu juramento e sentou-se para testemunhar.

O vice-procurador, Kevin Wallace, questionou Trump sobre a formação de um 'trust' para a sua empresa antes de se tornar Presidente em 2016 e o magnata respondeu que nomeou o seu filho Donald Jr como um dos administradores porque é “um menino muito trabalhador”, e pouco antes de deixar a Casa Branca recuperou essa responsabilidade porque planeava retornar aos negócios.

Trump aproveitou então a oportunidade para lançar o seu primeiro ataque contra os procuradores e mostrar-se beligerante com o juiz, apontando que tanto Wallace quanto outros “Democratas” o estavam a atacar de vários lados, acusando-os de uma “militarização” dos seus negócios com casos que não são "bons".

“É verdade que revia as demonstrações da situação financeira?”, perguntou o procurador, referindo-se à informação em que se baseia o caso, e que a acusação argumenta conter valores patrimoniais inflacionados para obter vantagens junto de credores e seguros.

Trump admitiu que “olhou” e “fez sugestões” relativamente às demonstrações da situação financeira, mas insistiu no seu principal argumento de defesa: que esses documentos incluem uma cláusula que “os deixa sem valor”, e que os banqueiros e as seguradoras explicarão isso no julgamento, o qual classificou como “louco”.

Engoron, que ouviu as discussões sem comentar, instou então as partes a agirem "rapidamente", mas dirigiu-se apenas a Trump quando pediu que "responda às perguntas sem discursos", o que gerou uma queixa do advogado Christopher Kise, que justificou que eram "perguntas abertas".

A aparição de Trump hoje no caso, que é de natureza civil e só pode resultar em sanções financeiras, oferecerá uma antevisão da estratégia e do comportamento do candidato Republicano favorito nas sondagens perante os quatro processos criminais que enfrentará nos próximos meses.

A procuradoria já reivindicou uma vitória prematura quando o juiz Engoron decidiu sumariamente a seu favor antes do julgamento, responsabilizando os arguidos pela acusação principal de fraude continuada e suspendendo as suas licenças de operação em Nova Iorque, uma questão que se encontra pendente durante o recurso.

No julgamento, que durará até dezembro, serão resolvidas seis acusações relacionadas a supostas ilegalidades na Trump Organization, como falsificação de documentos e compensações financeiras. Trump também arrisca a capacidade de fazer negócios no estado de Nova Iorque.

Relacionados

E.U.A.

Mais E.U.A.

Mais Lidas

Patrocinados