Do Reino Unido a Itália, como a Ómicron ameaça Natal e Ano Novo por toda a Europa

CNN Portugal , BCE
19 dez 2021, 23:24

Tal como outros países europeus, Portugal também irá celebrar a passagem do ano de forma diferente, pelo menos na capital e no Porto, onde as autarquias anunciaram o cancelamento de festejos na rua, incluindo o fogo de artifício

Com o "confinamento de Natal" decretado este sábado nos Países Baixos para conter a propagação da nova variante Ómicron na época natalícia, os restantes países da Europa ponderam seguir o mesmo caminho, com o Reino Unido a admitir a hipótese de novas restrições durante este período, e França e Itália a cancelarem as celebrações do Ano Novo.

Na tarde deste sábado, o primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte, anunciou o confinamento geral do país, obrigando ao encerramento de todo o comércio não essencial, bem como restaurantes, museus e outros locais públicos a partir deste domingo e até ao dia 14 de janeiro. De acordo com o chefe do executivo, este confinamento já era "inevitável" nesta altura de maiores ajuntamentos.

Na última semana, os Países Baixos registaram um aumento do número de casos diários de covid-19 e de mortes, passando de 13.783 casos e 28 óbitos registados na segunda-feira para 13.259 novos casos e 48 mortes.

Este domingo, o ministro da Saúde britânico não excluiu a hipótese de impor novas restrições neste período, tendo em conta o número crescente de infeções por covid-19 no país, dos quais cerca de 60% são relacionados com a Ómicron, que tem vindo a preocupar as autoridades de saúde em todo o mundo pelo elevado nível de transmissibilidade.

Os números de contágios da covid-19 Reino Unido quase duplicaram na última semana, passando dos 53,923 casos diários e 38 óbitos, registados na segunda-feira, para 82.886 casos diários 45 mortes apresentados este domingo.

Sajid Javid adiantou ao jornal britânico Daily Telegraph que o Reino Unido vai enfrentar "um tsunami de infeções nos próximos dias e semanas", salientando que ainda há muitas dúvidas em relação à gravidade desta variante do vírus SARS-CoV-2.

"A Ómicron dissemina-se a um ritmo nunca antes visto e [o número de infeções] tem duplicado a cada dois a três dias. Ontem [sábado], o Reino Unido registou mais de 90 mil novos casos. Estamos extremamente confiantes de que o número de pessoas infetadas que ainda não receberam a confirmação de um teste positivo é significativamente maior do que esse", frisou Javid naquele jornal.

Reino Unido (AP)

Nas últimas semanas, o Reino Unido reintroduziu algumas medidas de restrições, como o teletrabalho e a utilização de máscara na maioria dos locais públicos. Ainda assim, Sadiq Khan instou o governo a ir mais longe: "Penso que se não adotarmos novas restrições, mais tarde ou mais cedo vamos ver um número cada vez maior de casos de covid-19 e é provável que os serviços públicos como o serviço nacional de saúde fiquem à beira do colapso, se não colapsarem mesmo", disse o autarca.

Alemanha impõe quarentena para viajantes do Reino Unido, mesmo aos vacinados

No domingo, a Alemanha decidiu impor quarentena aos viajantes do Reino Unido, mesmo daqueles com a vacinação completa contra a covid-19. Assim, a partir da meia-noite desta segunda-feira, as pessoas que viajarem do Reino Unido com destino à Alemanha terão de apresentar um teste negativo à covid-19 para entrar no país e cumprir quarentena de duas semanas.

O ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, descartou, este domingo, a necessidade de um eventual confinamento, mas alertou que o país enfrenta agora a quinta vaga da covid-19, admitindo que a solução para acabar com a pandemia poderá passar pela vacinação obrigatória.

Alemanha (AP)

Na última semana, os números da pandemia agravaram-se na Alemanha, chegando a registar mais de 55,650 novos casos na quarta-feira, no mesmo dia em que se registaram 509 mortes por covid-19.

Na Bélgica, que registou este domingo 9.604 novos casos de infeção e 36 óbitos por covid-19, o governo decretou a obrigatoriedade do certificado digital para aceder à hotelaria ou eventos culturais, uma decisão que motivou protestos de milhares de pessoas, que saíram este domingo às ruas para protestar contra o reforço das restrições.

Por sua vez, a Dinamarca, que registou, neste domingo, 8.212 casos de covid-19 e nove mortes, decidiu encerrar cinemas e teatros, e limitou o número de pessoas nos estabelecimentos comerciais antes do Natal, numa tentativa de controlar o pico de infeções de covid-19.

Festejos de Ano Novo cancelados um pouco por toda a Europa

Várias cidades europeias decidiram cancelar as celebrações de Ano Novo para evitar a propagação da covid-19, nomeadamente França, que, numa semana em chegou a registar mais de 60 mil novos casos e 242 mortes, anunciou a proibição de grandes eventos e ajuntamentos no exterior na véspera da Passagem de Ano e cancelou o fogo de artifício em Paris, numa altura em que o país enfrenta a quinta vaga da pandemia.

Também em Itália, onde foram registadas este domingo 24.259 novas infeções e 97 mortes por covid-19, as autoridades decidiram cancelar as festividades do Ano Novo em várias cidades, incluindo Roma. A imprensa internacional prevê ainda que na próxima quinta-feira, dia 23 de dezembro, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, anuncie novas medidas de prevenção, nomeadamente o condicionamento do acesso a locais públicos, como discotecas e estádios, à apresentação de um teste negativo, mas para os vacinados.

Em Portugal, as celebrações da passagem do ano também serão diferentes, pelo menos na capital e no Porto, onde as autarquias anunciaram o cancelamento de festejos na rua, incluindo o fogo de artifício.

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