A fonte do Governo francês acrescentou que estes ataques “não são atribuíveis aos russos”, pelo menos nesta fase
Vários serviços do Estado francês estão a ser alvo de ciberataques, desde domingo, de “intensidade sem precedentes”, informou o Governo, que garante que o impacto nesta fase foi reduzido e o acesso foi restaurado.
A fonte do Governo francês acrescentou que estes ataques “não são atribuíveis aos russos”, pelo menos nesta fase.
“Desde ontem (domingo) à noite, vários serviços do Estado têm sido alvo de ataques informáticos cujos métodos técnicos são clássicos, mas a intensidade é sem precedentes”, explicou o gabinete do primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, que já criou uma equipa de crise para “implementar contramedidas”, referindo que vários serviços ministeriais foram afetados, como o Ministério do Trabalho.
Embora a França ainda não tenha identificado os autores do ataque, o grupo de piratas informáticos Anonymous Sudan reivindicou a operação, numa mensagem divulgada através da rede social Telegram.
Este grupo de ‘hackers’ pró-Rússia explicou que entre os seus alvos estavam os ministérios da Cultura, da Saúde, da Economia e da Transição Ecológica, além dos da Aviação Civil, a direção interministerial de economia digital, o Instituto Geográfico Nacional e o gabinente do primeiro-ministro.
O grupo tem apoio de Moscovo e de vários grupos islamitas, segundo a agência EFE.
“Nesta fase, o impacto destes ataques foi reduzido para a maioria dos serviços e o acesso aos ‘sites’ do Estado foi restaurado”, assegurou o gabinete do primeiro-ministro.
Antes dos Jogos Olímpicos de Paris, este verão, as eleições europeias de 9 de junho serão “um desafio considerável e um alvo” para a manipulação estrangeira, avisou na passada semana o secretário-geral do Departamento de Defesa e Segurança Nacional, Stéphane Bouillon.
Este departamento – que reporta diretamente ao primeiro-ministro - deve organizar no dia 29 de março, para todos os partidos políticos franceses candidatos às eleições europeias, uma reunião para “aumentar a sensibilização para as chamadas ameaças híbridas”, a fim de enfrentar os riscos de “ciberataques, manipulação de informação e interferência estrangeira”.
O ministro francês das Forças Armadas, Sébastien Lecornu, apelara, em 20 de fevereiro, ao reforço das medidas de segurança face às ameaças de "sabotagem e ciberataques" com origem na Rússia.