China anuncia alívio das medidas contra a covid-19 após onda de protestos

CNN Portugal , MJC
7 dez 2022, 07:40

Fim dos confinamentos rígidos de localidades e permissão para os doentes assintomáticos cumprirem o isolamento em casa são algumas das medidas anunciadas pela Autoridade de Saúde

A partir de agora, doentes com covid-19 assintomáticos ou com sintomas leves podem tratar-se em isolamento em sua casa, em vez de cumprirem o isolamento nas instituições do estado, anunciou a Autoridade de Saúde da China, dando um forte sinal de que o país está a aliviar as medidas anticovid.

"Pessoas assintomáticas e casos leves podem isolar-se em casa ao mesmo tempo em que monitorizam a sua saúde, e dirigir-se aos hospitais designados para tratamento em tempo útil se a sua condição piorar", informou o Conselho Nacional de Saúde, citado pela agência Reuters. Da mesma forma, termina a exigência de realização de testes covid-19 para a maioria das situações, mantendo-se apenas para frequentar instituições de saúde e escolas. 
 
Durante quase três anos, a China geriu a covid-19 como uma doença perigosa, à semelhança da peste e da cólera, mas desde a semana passada, altos funcionários reconheceram a redução capacidade do novo coronavírus de causar doença grave, ao mesmo tempo que os especialistas sugerem que não é mais mortal do que a gripe sazonal.

A mudança nos protocolos de quarentena reflete os ajustes nas medidas de prevenção e controlo da doença de acordo com as características das mutações do vírus, disse o o organismo em comunicado.

No início do ano, comunidades inteiras realizaram confinamentos, às vezes durante semanas, depois de apenas um caso positivo ter sido encontrado. No mês passado, novas regras de quarentena menos rígidas exigiam apenas o isolamento dos prédios afetados.

A partir de agora, as zonas de alto risco devem ser definidas com precisão por prédio, unidade, andar e residência, e não devem ser expandidas arbitrariamente para conjuntos residenciais e comunidades inteiras, declarou o Conselho Nacional de Saúde, que listou um total de 10 novas diretrizes, que se seguem às 20 medidas divulgadas em 11 de novembro com o objetivo de "otimizar" os protocolos de prevenção e controle do covid-19, tornando-os menos rígidos.

As novas diretrizes também incluíam a proibição de bloquear saídas e portas de incêndio e asseguram que as pessoas devem ter acesso a tratamento médico de emergência e percursos de fuga sem impedimentos das medidas de controlo da pandemia. 

Os recentes protestos foram desencadeados por um incêndio mortal na região ocidental de Xinjiang e alguns testemunhos levaram a crer que as vítimas não conseguiram fugir do ediífio porque este tinha sido bloqueado para impedir a saída de pessoas infetadas com covid-19, algo que foi negado por Pequim. Também houve relatos repetidos de atrasos no atendimento médico de emergência para pessoas em áreas isoladas.

As autoridades também enfatizaram a necessidade de acelerar a vacinação de idosos.

"Todas as localidades devem aderir... concentrar-se em melhorar a taxa de vacinação de pessoas de 60 a 79 anos, acelerar a taxa de vacinação de pessoas com 80 anos ou mais e tomar providências especiais", disse o comunicado das autoridades de saúde.

O alívio das medidas acontece depois de, no final de novembro, o país ter vivido os maiores protestos em décadas. Multidões saíram às ruas em várias cidades para criticar os confinamentos e as restrições pandémicas. Em alguns locais, os protestos também se transformaram em críticas diretas ao presidente Xi Jinping e ao Partido Comunista Chinês.

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