"É uma desilusão tremenda": Chega chama Miranda Sarmento à comissão parlamentar de Orçamento para esclarecer polémica com descida do IRS

13 abr, 16:30
André Ventura na apresentação do Programa de Governo (LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO)


 

André Ventura diz-se desiludido com a estratégia do Governo para a descida do IRS, acusando Luís Montenegro de "querer prosseguir a estratégia fiscal do Governo anterior" e de não cumprir com o que prometeu

O líder do Chega quer que o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, se apresente à comissão parlamentar de Orçamento e Finanças para esclarecer a polémica em torno da diminuição do IRS.

"O Chega vai chamar já no primeiro dia o ministro das Finanças à Comissão de Orçamento e Finanças, bem como a secretária de Estados dos Assuntos Fiscais, para explicar efetivamente ao país qual a descida de IRS que se propõe fazer para o próximo ano, qual o alcance que terá e qual o seu impacto nas famílias portugueses", declarou André Ventura, em conferência de imprensa na sede do Chega.

O líder do Chega entende que o debate de urgência requerido pelo Partido Socialista "não é suficiente" para "fiscalizar temas desta complexidade", sublinhando que percebe agora que "não se pode dar nenhuma carta em branco a este Governo".

"É uma desilusão tremenda e uma tremenda quebra de confiança nos eleitores e naqueles que esperavam um “choque fiscal”, palavras do primeiro-ministro, em relação à estratégia do Governo para os próximos meses", declara André Ventura aos jornalistas, na sede do Chega, em reação à polémica que está a marcar a atualidade política.

Para o líder do Chega, é "verdadeiramente incompreensível que a prometida descida de 1.500 milhões de euros não seja um acréscimo à estratégia fiscal de António Costa, mas seja apenas a sua concretização".

"Talvez agora fique mais claro porque Luís Montenegro quer governar com o orçamento de António Costa e não apresentar um retificativo", observa André Ventura, lembrando que o PSD, a par com o Chega, chumbou o respetivo orçamento na altura.

E deixa um aviso a Luís Montenegro: "Senhor primeiro-ministro, não nos faça arrepender do voto de confiança que teve ainda ontem na Assembleia da República."

A polémica estalou na sexta-feira à noite, quando o ministro das Finanças esclareceu, em entrevista à RTP, que o anúncio do novo Governo de Luís Montenegro de um desagravamento fiscal de 1.500 milhões de euros não passa afinal de uma descida de cerca de 200 milhões de euros - o equivalente a um aumento mensal de cerca de 3,7 euros para as famílias. 

Perante as críticas que surgiram da esquerda e da direita, o Governo emitiu este sábado um comunicado no qual garante ter sido rigoroso e leal com portugueses e diz que a descida do IRS "é de sempre e consistentemente a mesma".

"O Governo e o Primeiro-Ministro foram rigorosos e leais com os Portugueses. Na sua atitude, e no cumprimento dos seus compromissos, em que se inclui a redução de IRS por três vias: a redução das taxas marginais que agora se concretiza nos termos sempre propostos; bem como o IRS Jovem (até 15%, exceto o último escalão) e a isenção de tributação de prémios de desempenho, que serão atempadamente aprovados", pode ler-se no comunicado enviado às redações.

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