Português foi o agitador de serviço no Bernabéu. Pelo quinto ano sucessivo, uma equipa de Mourinho está entre as oito melhores da Europa
Sem qualquer vestígio de surpresa, Real Madrid (3-1) e Chelsea (2-0) confirmaram o favoritismo e a vantagem trazida dos jogos da primeira mão, qualificando-se para os quartos de final da Liga dos Campeões com vitórias nos seus jogos em casa.No Bernabéu, com o clássico frente ao Barcelona no próximo domingo, só a obsessão de Cristiano Ronaldo com os números impediu que o Real transformasse a segunda mão com o Schalke num treino um pouco mais intenso.
Real Madrid-Schalke, 3-1
O avançado português foi, com Sergio Ramos e Xabi Alonso, um dos três habituais titulares que Ancelotti não poupou – e aproveitou a oportunidade, diante de um Schalke sem ilusões, para bisar, fixando um novo máximo pessoal de golos numa edição da Champions. São 13 em sete jogos
A série de registos conseguidos por Cristiano Ronaldo nesta vitória sobre o Schalke é praticamente interminável. O internacional português alcançou o lendário Ferenc Puskas
Os golos ao Schalke permitiram ainda a Cristiano Ronaldo superar, pela quarta temporada consecutiva, a marca dos 50 golos em jogos oficiais
Mas nem só de Cristiano Ronaldo viveu o jogo do Bernabéu, que assinalou o 31º jogo seguido sem derrota
Mas nem só de registos felizes se fez a história do segundo jogo do Real com o Schalke: o momento amargo da noite foi vivido pelo jovem Jesé que, logo aos 4 minutos, viu a época chegar ao fim devido a uma grave lesão no joelho – rotura do ligamento cruzado anterior – ficando fora de combate pelo menos até setembro.
Consagração para Drogba
Na outra partida da noite, em Stamford Bridge, os adeptos dos «blues» festejaram antes, durante e depois. A jornada festiva começou com o regresso muito saudado e aplaudido de Didier Drogba ao estádio onde mais brilhou, numa carreira exemplar. Depois, prosseguiu com o controlo absoluto das operações por parte de um Chelsea que teve Hazard como mestre de cerimónias e Eto'o (que logo aos 4 minutos chegou ao 30º golo na Champions) como carrasco.
No frente a frente entre dois dos melhores jogadores africanos de todos os tempos, o camaronês levou a melhor, com um golo madrugador e um punhado de movimentações inteligentes que confirmam a sua influência na equipa. Do outro lado, Drogba nunca teve espaço para brilhar, sacrificado a uma estratégia temerosa de um Galatasaray «à Mancini», que só em período de descontos chegou perto da baliza de Cech, pela primeira e única vez, muito depois de Cahill ter posto o Chelsea ao abrigo de qualquer surpresa.
Chelsea-Galatasaray, 2-0
Para José Mourinho, a vitória desta noite vale a oitava ida aos quartos de final da Liga dos Campeões, quinta consecutiva, e a terceira com o Chelsea. A curiosidade acentua-se pelo facto de esta ser uma fase da prova em que nunca uma equipa sua foi eliminada. Depois do Real Madrid, há um ano, foi a segunda época seguida em que uma equipa de Mourinho deixou para trás o Galatasaray, dos amigos Drogba e Sneijder.
No registo do técnico português na prova há agora 63 vitórias em 115 jogos, 21 das quais com os «blues». Mas, com a companhia de Real Madrid, Bayern Munique, Barcelona, PSG e At. Madrid, daqui para a frente acabaram as equipas envergonhadas. Como o próprio Mourinho sublinhou, no fim da partida, de agora em diante é tempo de tubarões.