Afinal, beber cerveja não engorda e até faz bem aos intestinos

Agência Lusa , CV
4 jul 2022, 10:00
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Quem o diz é um estudo do CINTESIS, que afirma que a cerveja pode até prevenir doenças como a obesidade, a diabetes e as doenças cardiovasculares

Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), no Porto, concluíram que "beber cerveja faz bem à microbiota intestinal", fator que tem sido associado à prevenção de doenças crónicas como a obesidade, diabetes e cardiovasculares.

Em comunicado, o CINTESIS revela esta segunda-feira que o estudo, publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry e que também envolveu investigadores da NOVA Medical School - Faculdade de Ciências Médicas, concluiu que "beber cerveja faz bem à microbiota intestinal". 

"O consumo de cerveja contribui para a melhoria da composição da microbiota intestinal, fator que tem sido associado à prevenção de doenças crónicas muito comuns, tais como a obesidade, a diabetes e as doenças cardiovasculares", salienta o centro. 

No decorrer da investigação, a equipa recrutou homens saudáveis, entre os 23 e 58 anos, para participarem num ensaio, ao longo de quatro semanas, que consistia em beber diariamente 330 mililitros (ml) de cerveja, com ou sem álcool. 

Os resultados provaram que o consumo de cerveja, bebida que resulta da fermentação de cereais, "aumenta a diversidade da microbiota intestinal, sem aumentar o peso e a massa gorda".

Ao mesmo tempo, os investigadores concluíram que a ingestão desta bebida "não interfere significativamente em biomarcadores cardiometabólicos", como a glicose, colesterol e triglicéridos.

"Curiosamente, a fosfatase alcalina, um importante biomarcador de danos no fígado, rins e ossos, diminuiu no decurso do ensaio", salienta o CINTESIS, acrescentando que o benefício da cerveja na saúde intestinal "provou ser independente do teor alcoólico", ou seja, ocorre quer a cerveja tenha álcool ou não. 

Os investigadores acreditam que o efeito benéfico da cerveja poderá estar ligado com os polifenóis presentes na bebida, à semelhança do que acontece com o vinho tinto. 

Citados no comunicado, os investigadores salientam que o estudo "vem demonstrar que este tipo de bebidas ricas em polifenóis, no caso a cerveja, é uma abordagem interessante para aumentar a diversidade da microbiota intestinal". 

O estudo, que foi liderado pelas investigadoras Ana Faria e Conceição Calhau, contou ainda com a participação de outros especialistas do CINTESIS. 

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