Vem aí uma app oficial para subscrever Certificados de Aforro no telemóvel

ECO - Parceiro CNN Portugal , Flávio Nunes
21 jun 2023, 09:17
Dinheiro

Agência que gere a dívida pública portuguesa tem um plano de transformação digital que prevê melhorias e novas funcionalidades na plataforma AforroNet, incluindo uma app para telemóveis

nova série de Certificados de Aforro, lançada no início deste mês pelo Governo, é menos atrativa do que a linha anterior, que já não pode ser subscrita. Mas o IGCP, a agência que gere a dívida pública portuguesa, tem em marcha um plano para facilitar o acesso dos cidadãos investidores a este instrumento de poupança do Estado, apurou o ECO.

Fonte oficial diz que o IGCP está a dar os primeiros passos para melhorar a plataforma AforroNet, incluindo desenvolver uma aplicação para telemóveis, que não existe atualmente. Este “projeto global de transformação digital” prevê ainda a oferta de novas funcionalidades digitais aos aforradores. Não se conhece o calendário para a implementação destas novidades.

Neste momento, a plataforma AforroNet permite subscrever produtos de aforro do Estado e resgatar certificados. Mas, além de terem surgido receios quanto à segurança da autenticação no site do IGCP, no contexto das melhores práticas de cibersegurança, os cidadãos têm de abrir primeiro uma Conta Aforro num balcão dos CTT, o que provoca atrito no processo.

"Dentro do projeto global de transformação digital do IGCP estará o desenvolvimento do site e da plataforma AforroNet com mais funcionalidades, e o desenvolvimento de uma aplicação AforroNet para smartphones", diz fonte oficial do IGCP.

A estas novidades junta-se a decisão do Governo de permitir que os bancos vendam Certificados de Aforro e outra nova plataforma que estará a ser desenvolvida pelos CTT. Em janeiro, os Correios e o IGCP renovaram o contrato de distribuição de dívida pública que, segundo a empresa, passa a incluir “níveis adicionais de satisfação dos aforradores, entre os quais o desenvolvimento dos canais online pelos CTT, além do tradicional canal presencial”.

AforroNet terá “mais funcionalidades”

No IGCP ainda está a definir a estratégia, mas já está decidido que a agência precisa de se modernizar. É no âmbito de um plano mais abrangente que surgem as melhorias à plataforma onde se vendem Certificados de Aforro.

“Dentro do projeto global de transformação digital do IGCP estará o desenvolvimento do site e da plataforma AforroNet com mais funcionalidades, e o desenvolvimento de uma aplicação AforroNet para smartphones“, revela ao ECO fonte oficial da agência liderada por Miguel Martín.

A 12 de junho, o IGCP abriu um concurso internacional para encontrar uma empresa que preste “serviços de consultoria para a definição da estratégia e do plano de trabalhos em vista da transformação digital do IGCP”. O preço base do procedimento foi estipulado em 600 mil euros, com um prazo de execução de quatro meses.

O IGCP aceita candidaturas até ao final do dia 9 de julho, o 30.º dia a contar da data de envio do anúncio para publicação no site do Diário da República (DRE).

“O concurso lançado no dia 12 de junho em DRE e JOUE [Jornal Oficial da União Europeia] abrange os primeiros trabalhos da definição estratégica do projeto de transformação digital da agência e a execução de reformas e investimentos significativos nas áreas da digitalização de empresas do Estado, assim como o fornecimento de competências digitais na esfera do financiamento da República, incluindo a literacia financeira e a melhoria da experiência de todas as partes interessadas e nomeadamente dos aforristas”, explica fonte oficial do IGCP.

A plataforma AforroNet vai ser alvo de melhorias, incluindo uma aplicação para telemóveis
Um novo site para IGCP também estará previsto no plano de transformação digital da agência

A agência não vai mais além na resposta ao ECO, mas o Plano de Atividades e Orçamento 2023-2025 já fazia referência à modernização do IGCP ao nível dos processos, do software e do hardware. “O sucesso desta transformação dependerá, também, da capacidade da organização em abraçar a mudança, o que exigirá um programa de formação no sentido da melhoria das competências digitais dos colaboradores do IGCP“, lê-se no documento.

Enquanto entidade habituada a lidar com investimentos e retornos, o IGCP define ainda o que acredita serem os “retornos” deste “investimento” para a agência e para o Estado. Entre os benefícios está o aumento da “eficiência e eficácia dos processos internos”, “reduzir os riscos atuais de falência dos sistemas (nomeadamente em resultado de ciberataques)” e a melhoria do “atendimento a clientes”, mas também “aumentar a base de clientes de retalho e por conseguinte o financiamento do Estado”. Outro retorno identificado é a redução dos “custos de colocação e gestão da dívida de retalho”.

A resposta do IGCP ao ECO sugere ainda que também será desenvolvido um novo site para a própria agência. A aparência do atual portugal remete para uma página dos anos 1990, com a agravante de não se adaptar aos ecrãs dos smartphones, por não ser responsivo.

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