LC (play-off): FC Porto-Lille, 2-0 (destaques)

Os luxos de Brahimi

A figura: Brahimi
Exibição de luxo no Estádio do Dragão, um palco onde se começa a sentir bem. Brilhou com intensidade frente ao Marítimo, em casa, não foi particularmente feliz em Lille e descansou frente ao Paços de Ferreira. De regresso ao onze e ao Dragão, o internacional argelino foi apresentando truques de magia como um túnel a um adversário junto à linha lateral, ao minuto 35. Para além disso, baixou com regularidade para o auxílio à defesa. Com Tello lesionado e Quaresma sem grande espaço, Brahimi assume-se como o principal criativo sob os flancos, embora se perceba que a influência cresce quando o 8 flete para o centro. Foi por ali, aliás, que conquistou uma falta após o intervalo e marcou de livre. Mais tarde, voltaria ao setor para assistir Jackson para o 2-0. Exibição a roçar a perfeição.

O momento: o arco do triunfo
O FC Porto entrara bem no encontro mas fora caindo de produção, permitindo o crescente assédio do Lille. Brahimi era dos mais inconformados, procurando apagar os focos de apatia. Logo após o intervalo, o internacional argelino conquistou um livre à entrada da área. Maicon afastou-se, Danilo ficou a ver e Brahimi desenhou um arco perfeito, deixando Enyeama sem reação. Foi o arco do triunfo.

Outros destaques:

Jackson Martínez
Mais um jogo, mais um golo e novamente com o pé esquerdo. Tal como havia acontecido em Paços de Ferreria, o colombiano não procurou a melhor arma para chegar ao golo, utilizando a via mais direta. Após uma hora e pouco de muito trabalho, sempre com qualidade, Jackson Martínez recebeu finalmente a oportunidade merecida. Grande passe de Brahimi, Enyeama pela frente e remate cruzado com o pé esquerdo para confirmar a entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões. Belo momento de forma.

Fabiano
O tempo passa e ninguém chama por Andrés Fernández. Fabiano não é brilhante com os pés, ponto assente, mas a equipa vai contornando a questão com o recurso a outras vias e Fabiano responde com a reconhecida competência nos demais momentos de jogo. Bem nas saídas a cruzamentos pelo ar, outro momento em que levantava dúvidas, o guarda-redes mostrou-se seguro após livre cobrado por Corchia. Não apresenta razões para mudanças.

Origi
Tem demasiada qualidade para este Lille. Clara mais-valia numa equipa essencialmente trabalhadora, o jovem internacional belga demorou a aparecer mas começou a apresentar problemas a Danilo, como aconteceu em França. Origi assumiu a responsabilidade e comprovou o seu tremendo potencial sem, contudo, ter o devido acompanhamento. Merecia seguir imediatamente para Liverpool, clube que já garantiu o seu concurso.

Danilo
Saiu-lhe a fava na eliminatória e deve ficar satisfeito pelo resultado final. Perdeu vários duelos com Origi, é certo, mas o FC Porto segue em frente e o lateral sai por cima. Amarelado desde cedo em França, não cometeu erros do passado e soube manter o equilíbrio mental. Desta vez, após um essencial período de descanso (falhou o jogo em Paços de Ferreira), apresentou frescura física para subir pelo seu corredor e foi tentando fechar caminhos a Origi e companhia. Belo corte com o corpo após remate de Rony Lopes, com 2-0 no marcador.

Herrera
Que diferença! Produção mediana na etapa inicial do encontro, um dos melhores nos segundos quarenta e cinco minutos. Começa a ser uma imagem de marca de Herrera, aliás. Com uma capacidade física invejável, cresce com o desenrolar das partidas e Enyeama teve de voar para evitar o 3-0 no período de descontos.