"Somos mais de um milhão": Ventura quer que Marcelo "ouça isso" depois de o Presidente "ter tentado condicionar o voto dos portugueses"

11 mar, 01:51

André Ventura pede "responsabilidade" a Montenegro e espera que o líder da AD chame o Chega para encontrar uma solução "estável" de Governo

André Ventura subiu ao palco em clima de euforia: o Chega conseguiu mais de um milhão de votos (1.108.764 votos) e elegeu 48 deputados, uma votação que o líder do partido diz ser “o fim do bipartidarismo em Portugal”, mas também “um ajuste de contas” com a "extrema-esquerda" - que “asfixiou o país”.

"Não sabemos quem será Governo em Portugal, mas sabemos que o Chega ultrapassou o milhão de votos em Portugal. Esta é uma vitória que tem de ser ouvida em muitos locais do país. Tem de ser ouvida no Palácio de Belém, onde o Presidente da República tentou à última da hora condicionar o voto dos portugueses", afirmou André Ventura perante uma multidão de apoiantes do Chega em festa. "Somos mais de um milhão."

O partido quadruplicou o número de deputados, passando de 12 para 48 mandatos assegurados. A discursar no hotel que o Chega escolheu para acompanhar a noite eleitoral, André Ventura diz que esta vitória é um “ajuste de contas” contra "a extrema-esquerda, que, após o 25 de Abril, asfixiou várias instituições do país". O líder do Chega defende ainda que o país "não deve ter mais quatro anos de socialismo" e volta a destacar que "o povo pediu à direita para governar". Ventura destacou principalmente a subida do partido em regiões históricas do Partido Comunista Português, como em Beja.

“Reduzimos a extrema-esquerda à sua insignificância, fomos pouco a pouco conquistando eleitorado de direita e centro-direita. O país começará a ser libertado pouco a pouco. A menos que o PSD se vergue a ela, começaremos amanhã a libertar Portugal da extrema-esquerda”, sublinha.

Numa “noite histórica” em que o Chega diz ter colocado o fim ao “bipartidarismo em Portugal”, André Ventura pediu "responsabilidade" ao líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, para que a direita governe o país. O líder do partido disse que fará "todo o esforço possível para ter um governo alternativo ao PS nos próximos anos", porque Portugal não pode "ter mais quatro anos de socialismo".

"Há uma maioria clara entre o Chega e o PSD. Não é o que queríamos, mas é o que o país tem neste momento. Só um líder e um partido muito irresponsável deixarão o Partido Socialista governar quando temos na nossa mão um governo de mudança", afirmou.

"É tempo de responsabilidade. O que passou passou e eu sempre fui de olhar para o futuro. Este país precisa de um futuro na luta contra a corrupção e contras a pensões miseráveis e de um futuro para os jovens."

Sobe Pedro Nuno Santos, Ventura diz que a mensagem do povo português é clara e que o PS foi claramente derrotado. "O nosso grande adversário, o Partido Socialista, perdeu estas eleições. O PSD coligado ao CDS teve pouco mais do que Rui Rio teve sozinho em 2022. Por isso, só há um dado de crescimento nestas eleições. O Chega quadruplicou os resultados eleitorais." 

André Ventura atacou ainda jornalistas e as empresas de sondagens e leu os títulos de várias notícias que davam conta de uma possível vitória da AD e da Iniciativa Liberal. "Espero que alguns diretores de empresas de sondagens se demitam esta noite em Portugal."

O líder do Chega alegou ainda que o seu partido foi o “mais perseguido em toda a história da democracia portuguesa” e disse esperar que jornalistas e comentadores “engulam algumas palavras que disseram”. Logo depois, cumprimentou aqueles "que fizeram o seu trabalho de forma isenta".

"O povo transmitiu hoje uma mensagem poderosa ao coração da democracia. Não quer passado, nem desfile de passado, nem de esqueletos. Os portugueses querem futuro e votaram no único partido que lhes deu e lhes garantiu esse futuro", frisa.

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