Com 16 anos pegou numa faca de 19 centímetros e esfaqueou o pai (que morreu) e o irmão. Agora vai passar 11 anos na prisão

Agência Lusa , AG
25 jun, 15:49
Estabelecimento prisional (Lusa/Tiago Petinga)

Juíza recordou que "há muita gente que não tem ninguém" e pediu ao jovem condenado que pense durante o tempo que vai estar preso

O jovem acusado da morte do pai em 2023, na Amadora, foi esta terça-feira condenado pelo Tribunal de Sintra a 11 anos e seis meses de prisão, por homicídio qualificado, ofensa à integridade física qualificada e detenção de arma proibida.

Atualmente com 17 anos (à altura dos factos com 16), o jovem cumprirá a pena no Estabelecimento Prisional de Leiria, onde já se encontra detido em prisão preventiva.

Os crimes ocorreram em julho do ano passado na residência do pai do arguido, no concelho da Amadora (distrito de Lisboa) e, segundo a acusação, tiveram lugar após uma discussão que envolveu também o irmão do jovem, por causa de gastos com água e gás de um banho.

Na sequência desta discussão, refere a acusação, o arguido utilizou uma faca de cozinha com uma lâmina de 19 centímetros para desferir vários golpes no pai, que acabou por morrer, e no irmão (14 anos), que ficou com lesões nos membros superiores.

Após a leitura do acórdão, a juíza que presidiu ao coletivo dirigiu-se ao condenado sublinhando a gravidade dos crimes e a “pena muito contida” que lhe foi aplicada, por o tribunal ter considerado a sua juventude e a ausência de antecedentes criminais.

Reconhecendo que “a institucionalização” do jovem (anterior ao crime) “não teve o efeito pretendido”, a juíza aconselhou-o a “aproveitar este período para estudar e ganhar competências”, para ser “útil” à sociedade, e a “não se envolver em problemas”, realçando que “a liberdade condicional pode chegar mais cedo”.

Falando “como mãe”, a juíza recordou que “há muita gente que não tem ninguém”, enaltecendo o apoio da família materna ao jovem. “Aproveite esta família e comece uma vida nova”, aconselhou.

À saída, o advogado de defesa considerou a pena “pesada” e disse que vai ponderar o recurso.

A defesa tinha pedido a absolvição, alegando que os crimes foram cometidos em legítima defesa.

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