Ponto de viragem na luta contra o Alzheimer. Novo fármaco retarda declínio cognitivo em pouco mais de um ano

CNN Portugal , DCT
17 jul 2023, 16:31

Estudo divulgado esta segunda-feira revela que o tratamento com donanemab retardou significativamente a progressão clínica da doença em 76 semanas.

Está dado mais um passo na luta contra o Alzheimer: o tratamento com donanemab permitiu reduzir o ritmo da doença em cerca de 20 a 30% dos pacientes - naqueles que já eram considerados propensos a reagir ao medicamento, a eficácia verificou-se em entre 30 a 40% dos doentes. A conclusão foi publicada esta segunda-feira na revista científica Journal of the American Medical Association (JAMA).

No estudo, entraram 1.736 participantes com doença de Alzheimer sintomática precoce e patologia amilóide e tau - a média de idades foi de 73 anos e 57% dos participantes eram do sexo feminino. Metade recebeu placebo e a outra metade (860 dos participantes) tomou o fármaco uma vez a quatro semanas por via endovenosa ao longo de 72 semanas. E foi nestes que, em apenas 76 semanas (cerca de um ano e três meses), foi possível ver a pontuação integrada da Escala de Avaliação da Doença de Alzheimer diminuir. 

Metade dos participantes que tomaram donanemab conseguiu ainda interromper o tratamento após um ano - o medicamento foi eficaz na hora de eliminar depósitos cerebrais suficientes para que a doença não se manifeste tanto.

Tal como esclarece a BBC, que falou com um dos participantes na investigação, “aqueles que tiveram doença anterior e menos amilóide cerebral na linha de base obtiveram um maior benefício em termos de depuração observados em exames cerebrais”, faltando agora perceber até que ponto o fármaco pode ser benéfico na generalidade dos pacientes com Alzheimer.

O donanemab é uma imunoterapia que recorre a anticorpos para atuar diretamente numa substância chamada amilóide, que se acumula nos espaços entre as células cerebrais. O fármaco foi desenvolvido pela empresa Eli Lilly. Este não é, porém, o primeiro medicamento a mostrar-se promissor contra a doença de Alzheimer: o lecanemab - desenvolvido pelas empresas Eisai e Biogen e já aprovado nos Estados Unidos - funciona da mesma forma que o donanemab e apresenta os mesmos efeitos colaterais, sobretudo o inchaço cerebral.

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