Para esta redução no valor final do palco principal, Carlos Moedas explicou que foi feita uma redução na altura do palco - de nove para quatro metros -, uma redução no número de pessoas em cima do palco - de 2.000 para cerca de 1.240 - e ainda uma redução na área de implantação - passando de 5.000 metros quadrados para 3.250 metros quadrados
O presidente da Câmara de Lisboa anunciou, esta sexta-feira numa conferência de imprensa, que o custo do altar-palco da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), situado no Parque Tejo, passou de 4,2 para 2,9 milhões de euros (mais IVA), um corte de 30%.
"Foram dias de trabalho árduo e contínuo, mas conseguimos", disse Carlos Moedas, acrescentando ainda: "Eu comprometi-me a apresentar uma solução e aqui estou. Os lisboetas sabem que quando prometo, faço".
Para esta redução no valor final do palco, o autarca explicou que foi feita uma redução na altura do palco - de nove para quatro metros -, uma redução no número de pessoas em cima do palco - de 2.000 para cerca de 1.240 - e ainda uma redução na área de implantação - passando de 5.000 metros quadrados para 3.250 metros quadrados.
O presidente da Câmara de Lisboa explicou que o investimento total no evento pode ir até aos 35 milhões de euros, mas "até 25 milhões de euros ficarão na cidade: é um investimento líquido de dez milhões de euros". No total, vão ser poupados ao erário público 1,7 milhões. Ainda assim, esta revisão do caderno de encargos permite manter "a dignidade e a segurança de que o evento necessita e merece".
O palco secundário no Parque Eduardo VII - no qual estão previstos a missa de abertura, o acolhimento do Papa Francisco e a Via-Sacra - "poderá ascender aos 450 mil euros" e vai ser suportado pela Igreja Católica. Trata-se de uma "estrutura muito leve", disse Moedas.
Américo Aguiar: "Os portugueses podem ficar surpreendidos (...), mas estamos a falar de um evento esmagador"
Na sua intervenção, Américo Aguiar, presidente da fundação da JMJ, agradeceu "todo o escrutínio que foi feito" por parte da comunicação social, garantindo que não foi feita "nenhuma queixa sobre ninguém, nem sobre nenhuma área".
"É óbvio que nenhum de nós alguma vez preparou uma coisa destas e nós estamos a aprender (...) Os portugueses podem por vezes ficar surpreendidos com as dimensões das coisas, mas nós estamos a falar de um evento que é esmagador. Estamos a falar de um espaço que é equivalente a 100 campos de futebol", acrescentou.
"Não querendo lembrar o diabo", Américo Aguiar admitiu que "estes últimos dias foram infernais" e pediu aos portugueses "que confiem, que acreditem e àqueles a quem eu puder pedir isto, que rezem para que tudo corra da melhor maneira".
Os custos da JMJ estiveram envolvidos em diversas polémicas depois de ser conhecido que a construção do altar-palco no principal espaço do evento, o Parque Tejo, tinha sido adjudicada pelo município de Lisboa (num ajuste direto) à Mota-Engil por 4,24 milhões de euros (mais IVA).
Momentos antes desta conferência de imprensa, o Presidente da República manifestou-se satisfeito com a possibilidade de redução, para "muito menos de metade", dos custos públicos com os palcos da JMJ. "Era bom. Quer dizer que, em vez de sete milhões [valor aproximado da soma dos dois palcos], se passa para dois e 900. Eu acho que valeu a pena aquilo que a comunicação social e muita gente, [aquilo que] a sociedade portuguesa fez, como apelo, e nestes tempos difíceis de guerra, de inflação", afirmou.
As jornadas vão decorrer entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas. As principais cerimónias decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.