PCP diz que teria organizado "com uma grande pinta" a Jornada Mundial da Juventude

Agência Lusa
2 fev 2023, 20:07
Secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo (Lusa/André Kosters)

Partido ironiza com os gastos milionários do eventi

Interrogado sobre a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023, o líder do PCP, Paulo Raimundo, insistiu na necessidade de baixar os custos que vieram a público e quanto à organização disse assim: “Tivessem entregado isso ao PCP e o PCP organizava isso com uma grande pinta, muito mais barato, posso garantir”, gracejou.

De seguida, o secretário-geral do PCP exortou os trabalhadores a manterem-se unidos na defesa das suas "justas reivindicações" e considerou que "é obrigatório" que as pessoas reajam ao agravamento das condições de vida.

“Experimentem partir um fósforo com uma mão, é facílimo, pá, partiu. Agora juntem um molho de fósforos e tentem lá parti-los a ver se conseguem: aí é que está o ser dos trabalhadores, na sua unidade, na sua coesão, é aí a vossa força”, disse Paulo Raimundo, perante trabalhadores à porta da General Cable CELCAT, uma empresa de cabos no concelho de Sintra, uma das 50 iniciativas realizadas por todo o país, no primeiro dia da ação "Mais força aos trabalhadores", que decorre até maio.

Com esta ação o PCP quer “contribuir para que os trabalhadores ganhem a consciência de que unidos são capazes de concretizar as suas justas reivindicações”, disse Raimundo, vincando a necessidade de aumentar salários no contexto atual de inflação e deixando críticas ao aumento das taxas de juro de referência e ao consequente aumento das prestações bancárias das famílias.

"Ainda hoje fomos confrontados com uma nova subida das taxas de juro. Isso tem consequências na vida das pessoas, eu cá, para o mês que vem, ainda vou ver qual vai ser a consequência na minha vida”, afirmou Paulo Raimundo, frisando que “as pessoas estão cada vez mais apertadas, cada vez mais espremidas, é obrigatório que reajam”.

O PCP quer “animar essa reação” não numa lógica de conflito com o governo, mas para "que haja respostas do governo aos problemas das pessoas" e para que se combata a "profunda injustiça" do contraste entre os lucros de algumas empresas e as condições de vida dos trabalhadores.

Sobre lucros das empresas, Raimundo deixou ainda uma crítica ao primeiro-ministro, António Costa, dizendo que na entrevista que deu esta semana à RTP o governante “afirmou que estava tudo a andar bem e tudo sobre rodas e, de repente, veio uma guerra e não foi possível ir mais longe”.

“O que o primeiro-ministro não explicou, também não lhe foi perguntado, foi como é que ele explica então nesse ambiente que as treze [empresas] maior cotadas na bolsa em Portugal nos primeiros nove meses do ano passado tenham tido quatro mil milhões de euros de lucros. A guerra é só para uns?”, questionou.

 

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