Sá Fernandes: Trabalho "tem funcionado bem" com Lisboa e Loures para Jornada Mundial da Juventude

Agência Lusa , WL
2 fev 2023, 18:47

Declarações surgem depois de autarquia de Lisboa ter dito que assumiria a coordenação, perante a existência de "pretensos coordenadores"

O coordenador do grupo de projeto para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa assegurou hoje que o trabalho "tem funcionado bem" com os técnicos das autarquias da capital e Loures e "sempre em diálogo" com a Igreja.

Em entrevista 'online' ao jornal Público, José Sá Fernandes, nomeado para o cargo pelo Governo, disse que o trabalho tem decorrido "sempre em diálogo com a Igreja" Católica, que organiza o evento, que se realiza em agosto, e "tem funcionado bem com a Câmara de Lisboa e a Câmara de Loures", referindo-se às reuniões com os técnicos das duas autarquias parceiras.

Sá Fernandes mencionou que se reúne "todas as semanas" com o bispo-auxiliar de Lisboa, Américo Aguiar, que coordena a comissão organizadora da JMJ, sem responder, quando questionado sobre isso, quantas vezes já se reuniu com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o social-democrata Carlos Moedas, que decidiu unilateralmente assumir a coordenação da JMJ, excluindo o ex-autarca do executivo camarário liderado pelo socialista Fernando Medina.

Na quarta-feira, o gabinete da ministra-Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, com a tutela da JMJ, acorreu em defesa de Sá Fernandes, indicando que este se mantém no cargo.

Hoje, José Sá Fernandes não esteve numa reunião de trabalho entre a autarquia de Lisboa, a Fundação JMJ Lisboa 2023, presidida pelo bispo Américo Aguiar, e a empresa Mota Engil, responsável pela construção do altar-palco da "discórdia", devido aos seus custos elevados, e onde o Papa Francisco celebrará a missa final.

"Não tinha que estar na reunião de hoje, era uma tarefa específica da Câmara Muncipal de Lisboa", assinalou o ex-autarca, em entrevista à rubrica "Interesse Público" do Público.

José Sá Fernandes assegurou que tem gerido com "espírito de parcimónia" as tarefas que coordena e lhe foram confiadas pelo Governo.

"Não sou coordenador de tudo", afiançou, enumerando a segurança, a proteção civil, a emergência médica, a mobilidade, as instalações sanitárias, os ecrãs, luz e som como itens da sua responsabilidade.

"As tarefas estão muito bem definidas", vincou.

Respondendo ao vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que o acusou na terça-feira de nada fazer, Sá Fernandes elencou a adjudicação de postos de pronto-socorro e de estudos de mobilidade, bem como de concursos para ecrãs, luz e som e para instalações sanitárias, sublinhando que o "plano de segurança", a cargo do "serviço de segurança interna", que agrega várias forças policiais, "está a avançar".

"Não podem dizer que não estou a fazer nada", atirou, assinalando que "havia trabalho feito" por parte do anterior executivo municipal, que, especificou, lançou o concurso para a obra de consolidação do terreno (onde funcionou um aterro sanitário) que vai suportar o altar-palco e uma ponte pedonal, uma empreitada que disse ser "muito complexa" e que envolveu estudos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

Reiterando que a construção do altar-palco é uma obra da responsabilidade da autarquia de Lisboa, o ex-autarca frisou que "a solução" da estrutura defendida pelo anterior executivo "não era" a atual, reafirmando a sua surpresa com o custo (superior a cinco milhões de euros, incluindo fundações da cobertura), que município e Igreja se comprometeram agora a rever.

"Porque estou metido nisto? É a vida", lamentou, numa alusão ao seu envolvimento na polémica do altar-palco da JMJ de Lisboa, evento onde "juntar um milhão de jovens é absolutamente extraordinário" e que recebeu com "grande entusiasmo" por permitir "deixar um parque feito de 100 hectares, um valor para sempre".

"A empreitada do aterro é um investimento para o parque", reforçou o ex-autarca responsável pelas pastas do ambiente, clima, energia e estrutura verde.

A JMJ é o maior encontro de jovens católicos de todo o mundo com o Papa, que acontece a cada dois ou três anos, entre julho e agosto.

Lisboa foi a cidade escolhida em 2019 para acolher o encontro de 2022, que transitou para 2023 devido à pandemia da covid-19.

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