Prisão preventiva: administrador de insolvência de 82 anos entre os reclusos mais velhos do país 

23 jun 2023, 18:10
Manuel da Silva Teodoro (DR)

Apropriação de um milhão de euros da massa falida foi revelada numa reportagem do Jornal Nacional da TVI, em abril

Manuel da Silva Teodoro, o administrador de insolvência de 82 anos que foi detido pela Polícia Judiciária na quinta-feira por apropriação de um milhão de euros da massa falida do restaurante Teimoso, na Figueira da Foz, ficou esta sexta-feira em prisão preventiva por ordem do tribunal, sabe a CNN Portugal.

Passa assim a ser um dos reclusos mais velhos do país, depois de o juiz lhe ter aplicado a medida de coação mais gravosa enquanto aguarda o desenrolar do processo. Pode, no entanto, esta medida acabar por ser substituída por prisão domiciliária com pulseira eletrónica.

Em causa, um desfalque que já tinha sido revelado numa reportagem do Jornal Nacional da TVI em abril. 

 

Recorde-se que a investigação da Unidade de Combate à Corrupção da PJ tem escassos meses, suficientes para concluir por fortes indícios de crimes como peculato. Não só neste caso, mas também noutros em que é suspeito Manuel Teodoro, que deu assim origem a uma operação da PJ com mais de uma dezena de buscas.

No caso da insolvência do Teimoso, no decurso da falência do restaurante no período pós-pandemia, Manuel Teodoro foi nomeado pelo tribunal do comércio de Montemor-o-Velho em 2021. Decidiu vender um terreno ao lado do restaurante, e todo o recheio do mesmo, conseguindo angariar cerca de milhão de euros de receita para a massa falida - tendo o dinheiro sido creditado na conta do processo de insolvência, em abril do ano passado.

O objetivo da receita era pagar aos credores, mas o administrador não o fez. Um ano depois, o tribunal ordenou diretamente ao banco que pagasse aos credores do Teimoso, mas o Montepio respondeu que já só havia 300 euros na conta.

Manuel Teodoro, agora preso, desviou todo o dinheiro através de dezenas de transferências diretas para as suas contas particulares. Quando foi confrontado pela TVI em abril, não negou os crimes e disse não ter medo de ser detido.

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