Redes Sociais: "Quem não está, seja em que negócio for, está a perder". Gabriel Ferreira revela os segredos para ter sucesso e ganhar dinheiro no digital

CNN Portugal , CNC
24 set 2023, 16:00
Gabriel Ferreira (Instagram)

São "a forma mais barata de fazer publicidade" a qualquer atividade e, portanto, ter uma presença nas redes sociais é essencial, defende o jovem empresário e entertainer de 24 anos

Gabriel Ferreira, de 24 anos, conhecido de muitos pela participação no Got Talent, é uma estrela das redes sociais onde se divide em dois mundos: num fala sobre finanças e noutro mostra o seu talento como mágico. É de Almada, mas atualmente vive em Coimbra, e licenciado em Gestão. Desde os 20 anos que mora sozinho, algo que muito poucos jovens da sua idade conseguem fazer.

Em conversa com a CNN Portugal, revela o que é preciso para ser bem sucedido nos negócios digitais.

Como é que surgiu a ideia de começar a publicar conteúdo sobre finanças nas redes sociais? 

Eu já trabalhava com as redes sociais na área do entretenimento, na qualidade de mágico. Já estava no mundo das redes sociais, já trabalhava com elas. 

E já tinha algum conhecimento prévio sobre o tipo de conteúdo que fazia sucesso?

O que fazia já na qualidade de entertainer resultava. Já conseguia fazer um trabalho nas redes sociais nesse aspeto. E sempre estudei finanças, ou melhor Gestão, que foi o meu curso. Portanto, sempre me interessei pelo tema.

O que pensei na altura, ainda na área de entretenimento, ainda sem criar redes sociais próprias para conteúdo sobre finanças, foi: “olha, vou fazer aqui um outro vídeo a explicar um pouco também desta área que tenho. Vou partilhar para o meu público”. Como as pessoas gostaram e, como teve uma boa recepção, poucos meses depois decidi: “Vou investir”. 

Decidiu, então, criar duas redes sociais distintas?

Sim, porque gosto tanto desta área e sei perfeitam.ente que tenho muito conteúdo também para dar. E visto que as pessoas gostaram, tive de criar duas redes sociais distintas, porque são conteúdos completamente diferentes. Até porque não fica bem um entertainer estar a falar de finanças.

Achou que podia perder credibilidade? 

Exato, mas não escondo. Ou seja, fiz Gestão e tudo mais. É um dos meus trabalhos. Só que assim, para quem entra e não me conhece, não fica estranho. Então, foi por isso. Já tinha todo um estudo e já trabalhava com isto bastante ativamente. Então foi pegar no conhecimento que já tinha das redes sociais e criar outra rede.

Quando é que surgiu esta ideia?

Na parte das finanças, comecei a criar os canais todos em janeiro do ano passado. Acho que foi em janeiro ou em fevereiro. Quase ao mesmo tempo. A parte da magia, já faço desde os 15 anos. 

Vive das redes sociais? 

Tenho várias fontes de rendimento, mas as redes sociais, por si só, já fazem um bolo mais do que suficiente para viver tranquilamente e é um trabalho querendo ou não, também a full-time.

Costuma fazer pesquisa adicional, antes de começar a gravar os vídeos?

Um vídeo demora mais ou menos uma semana e meia a ser realizado. Desde a área da pesquisa, e para a qual nós temos uma equipa de quatro ou cinco pessoas. Antes era só eu, mas é impossível manter a vida e estar num grau de trabalho destes. Mas há toda uma área de pesquisa que leva dois dias, depois são mais dois ou três para criar e saber o guião, um dia para tratar das gravações e uma semana para editar. E está tudo sempre a mudar, portanto temos de estar sempre atualizados. Tudo o que mostramos é com a pesquisa mais recente possível, com o trabalho mais recente. É para dar, no fundo, um conteúdo de qualidade e não só mais um vídeo.

Tem equipa a trabalhar consigo desde quando?

Comecei a construir a minha equipa há muito pouco tempo, ainda estou na fase da formação das pessoas. No fundo, sou o realizador dos meus conteúdos. Tenho alguém a fazer o design para as miniaturas do YouTube e vou dando feedback, eles vão alterando e depois, no final, trabalho em cima do que eles já fizeram. O mesmo serve para as edições, recebo um vídeo editado e faço o meu trabalho ainda em cima do vídeo já editado.

A decisão final é sempre sua?

Sim e mexo em tudo, porque para o YouTube é necessário ter todas as valências. Temos de saber design, storytelling, editar e gravar. Mas isto da construção dos vídeos, adoro. Passamos dois ou três dias a trabalhar a imagem que vai para o vídeo e a imagem tem de fazer sentido, tem de ser chamativa, porque um vídeo não é só um vídeo. Tem de haver um packaging do vídeo, como é que nós o vamos vender, não é só gravar e colocar na imagem. Temos de aplicar estratégias de storytelling, de retenção. Claro que, há um ano, quando comecei com isto, não era nada assim. Não fazia ideia de nada destas coisas.

Sente que houve uma evolução na sua forma de criar conteúdo?

Sim, houve toda uma evolução. Nós agora temos o hábito de ver os gráficos de todos os vídeos, para ver onde é que falhou, o que é que dá para melhorar. Basicamente a construir todo um sistema de criação de conteúdo. 

Fixa objetivos para cada vídeo em número de likes e interações?

Não estabelecemos objetivos nos vídeos porque é muito difícil. O que aplico neste projeto de YouTube são políticas de remuneração. Se o nosso vídeo, o nosso projeto, tem um suficiente resultado, todos ganham com isso. Agora, claro, eu adoro o meu canal e há certos números que já não quero atingir. Se atingir é porque foi muito mau e temos de resolver o que aconteceu. 

Que números são um alerta de que correu mal?

Se um vídeo for abaixo das 5 ou 6 mil visualizações, algo tem de ter corrido mal. O algoritmo não é nenhum bicho papão. O algoritmo é muito fácil de perceber, a ideia geral é que temos mais pessoas a clicar no vídeo e essas pessoas que clicaram no vídeo estão a ver bastante tempo do vídeo e até passam para outros. O YouTube quer que nós tenhamos as pessoas mais tempo na plataforma. Se as pessoas não clicaram no meu vídeo, é porque não consegui esse efeito. Seja porque falhei na thumbnail, no título, falhei.

À medida que ganhou visibilidade, que mudanças sentiu na sua vida? 

Isto começou muito antes das finanças. Começou na altura que saí do programa de televisão, do Got Talent. Acho que foi a partir daí que as minhas redes sociais começaram a subir e depois nunca mais abrandaram. O maior impacto é eu poder viver o meu trabalho de sonho. É acabar no final de um dia de trabalho difícil e no dia seguinte, acordar e sentir que não trabalhei. E, claro, saber que eu consigo ajudar pessoas, seja na área do entretenimento com a magia, em que lhes consigo dar um sorriso, ou na área das finanças a ajudar as pessoas a perceberem que dá para fazer mais no país em que estamos e com as possibilidades que temos. 

Notou mudanças quando passou do conteúdo relacionado ao entretenimento para o relacionado com finanças?

Por acaso, senti. Senti nas abordagens. Antes era mais abordado por adolescentes ou com 20 e poucos anos. E, agora, a faixa etária é muito mais abrangente. 

O público-alvo mudou? 

Alargou, sim mas onde senti mais diferença foi claramente nos números. No YouTube, quando comecei, tinha de ter vídeos com uma base. Os meus mínimos era ter as 50 mil visualizações e agora os meus mínimos eram ter as 10 mil. Agora, para nós, desde que estejamos a fazer um bom trabalho e as pessoas estejam a gostar disso, já é bom. Porque se a quantidade de pessoas que estiverem a ver os vídeos estiver a crescer, para mim é indiferente essa parte, porque os números são uma boa métrica apenas para avaliação.

Que conselhos  dá para quem também quer começar nas redes sociais? 

Neste momento, quem não está nas redes sociais, seja em que negócio for, está a perder. 
É a forma mais barata de publicidade que temos hoje em dia. É a forma de mostrarmos o nosso produto.

Como é que lida com comentários negativos? 

É importante partirmos do princípio que é impossível não ficarmos afetados com comentários negativos. Agora, uma aprendizagem que temos de fazer é relativizar. Por exemplo, se alguém comentou no meu video: “olha, isto é uma grande porcaria”, e eu respondo: “tens razão”, ou seja, comento, relativizo, brinco, gozo comigo mesmo e a pessoa, muitas vezes, até responde: “ah, Gabriel, estava a brincar, estava só a brincar”. Esta é a minha abordagem.

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