Navalny, III Guerra Mundial e a certeza de que "o sistema eleitoral russo é mais transparente que o dos EUA": o discurso de vitória de Putin

17 mar, 23:10
Vladimir Putin (Alexander Zemlianichenko/AP)

Presidente russo reeleito disse que tinha aceitado que o principal opositor fosse entregue aos Estados Unidos numa troca de prisioneiros, mas que "nunca mais deveria regressar à Rússia”

Era esperado, Charles Michel previu uma "vitória esmagadora" e a história cumpriu-se mesmo: Vladimir Putin acabou reeleito presidente russo com quase 90% dos votos. No discurso de vitória, o líder do Kremlin agradeceu ainda a todos os que saíram de casa para votar e garantiu que a sociedade russa está agora “consolidada e a ficar mais forte”, considerando que os protestos “não tiveram efeito”, aproveitando para enaltecer toda a transparência do processo eleitoral.

“O sistema eleitoral russo é mais transparente do que o dos Estados Unidos”, referiu.

Navalny? "Ele morreu, é sempre triste"

Questionado sobre a morte de Navalny, a resposta de Putin foi esta: “Ele morreu, é sempre triste”. Acrescentando ainda, no entanto, que dias antes da morte do seu principal opositor havia sido informado que a ideia era que Navalny fizesse parte de uma troca de prisioneiros com o Ocidente.

“Tinha aceitado a troca de prisioneiros, mas Navalny nunca mais deveria regressar à Rússia”, esclareceu Putin.

Perante os recentes ataques ucranianos em solo da Rússia, Putin garante que este é o motivo pelo qual Moscovo “tem de defender o seu povo com armas”.

“Os russos que vivem na fronteira não se podem deixar intimidar”, disse.

Conflito com a NATO? "Ninguém está interessado no limiar da III Guerra Mundial"

Quanto à guerra na Ucrânia, o presidente garante que as forças do Kremlin estão a avançar no terreno a cada dia que passa e que as relações entre a Rússia e a China são um fator de estabilização, que ficará ainda mais forte nos próximos anos.

Perante a proposta do presidente francês para um cessar-fogo durante os Jogos Olímpicos, Putin diz-se preparado para iniciar conversações, alertando que um 'sim' dado a Macron se prenderá sempre com os interesses russos na linha da frente, mas que a "França poderá ter um papel numa solução de paz na Ucrânia".

Com um conflito entre Rússia e NATO a parecer cada vez mais inevitável, Putin não tem dúvidas: "Isto levará o mundo para o limiar da III Guerra Mundial e ninguém está interessado nisso". 

Por fim, um recado para os inimigos da Rússia: “Não há nenhuma democracia no Ocidente, incluindo nos Estados Unidos”.

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