Paulão só «tomava» um vermelho por época

20 out 2000, 20:39

Defesa do Guimarães penitencia-se

O defesa brasileiro recrutado esta época pelo Guimarães vem de um colosso brasileiro, o S. Paulo. O central está a viver a sua primeira experiência no futebol europeu a título de empréstimo, que começou sob a forma de pesadelo. Três expulsões em seis partidas!

Sporting, F.C. Porto e Aves trazem más recordações a Paulão. No entanto, o brasileiro não acredita em cuidados especiais nos jogos com as denominadas equipas grandes: «Quando se defronta uma equipa dessas é preciso ter bastante

cautela, porque se conhece o potencial dos jogadores que integram esse clube,

mas nada que possa preocupar. Há uma atenção especial, mas, por vezes, é

igual. A vontade de vencer está sempre presente. São onze contra onze».

As exibições de Paulão têm ficado manchadas por percalços, leitura errada de lances que acabaram por ser fatais. A falta cometida sobre Pena, no último domingo, prova-o. Todavia, Paulão rejeita a existência de um maior nervosismo nesses encontros ou um estado de espírito mais intenso: «O Guimarães entra de forma tranquila nas partidas e é isso que tem acontecido. O único jogo em que não actuámos ao nosso melhor nível foi contra o Sporting. Nos outros jogos temos demonstrado bom futebol e é preciso manter a mesma tranquilidade. Infelizmente os resultados não têm aparecido, mas entramos sempre em campo a pensar na vitória. Acima de tudo é preciso jogar com raça e determinação para honrar a camisola». 

Uma lição de vida 

Foi de forma imperturbável que Paulão descodificou o que lhe tem acontecido no campeonato. Nas épocas transactas e, sobretudo, na última, em que disputou o Brasileirão, estava habituado «a tomar um vermelho por campeonato». Em Portugal já somou três. (In)adaptado ao futebol europeu? «Não tenho que justificar», garante, prosseguindo o seu raciocínio: «O que passou, passou. Mas acredito que em algumas partidas tenha atrapalhado a actuação da equipa. Fico chateado, porque isso nunca aconteceu comigo, mas há coisas na vida que aprendemos e essa é uma lição de vida, que me ensinou a crescer cada vez mais. Vou fazer o possível para evitar mais expulsões, mas muitas vezes pode ocorrer durante o campeonato, tanto ao Paulão, como a outros jogadores» garantiu, reconhecendo de pronto ter-se tratado de um «factor negativo na sua carreira». 

O futebol de Paulão está, por assim dizer, salpicado de amarelos, vermelhos e uma despenalização que funcionou como cartão exibido ao árbitro pela Comissão Disciplinar da Liga. «O ser humano (n.d.r.: árbitro) é passivo de erros. No meu caso, algumas expulsões foram injustas. Se essas jogadas acontecessem com jogadores das equipas grandes, esses jogadores seriam expulsos?!», questionou. Uma verdade parece inquestionável: o brasileiro só não joga quando está castigado. Uma máxima que assenta bem a Paulão.

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