«Cheira-me a preconceito contra mim», suspeita Autuori

17 out 2000, 20:40

Ainda a propósito de «lapsos» de arbitragem O treinador do Vitória de Guimarães diz que os árbitros puxam uns para cima e outros para baixo. Está descontente com o facto de só os árbitros não serem punidos e desconfia que isso possa ter alguma coisa a ver consigo...

A falta de uma equipa-tipo não preocupa Paulo Autuori. O técnico do Guimarães não nega que irá «mudar a equipa até encontrar aquela que mais agrade em termos de equilíbrio». Autuori aproveitou o regresso ao trabalho para tecer rasgados elogios à postura da formação vitoriana contra o F.C. Porto: «Teve um equilíbrio muito maior, já jogou, fisicamente esteve muito bem e tacticamente impecável», destacou, acrescentando a propósito que «na segunda parte, com menos um elemento, não se notou a diferença em termos do número de jogadores». 

Para Paulo Autuori, o Vitória que esteve nas Antas «fez sempre um grande jogo. A equipa esteve muito bem em termos tácticos do primeiro ao último minuto de jogo». O técnico brasileiro defende que «a equipa começou o jogo com uma estratégia bem definida e o Porto ficou sem espaços para jogar», lamentando prontamente o facto de «no lance do primeiro golo, ter havido uma falta claríssima sobre Lima, quando a equipa estava toda balanceada para a frente». 

Defensor de uma análise conjunta, porque «existe sempre um encadeamento», Paulo Autuori admitiu a existência de um factor fundamental no campeonato: «A moralização que advém dos resultados». Na óptica do técnico vimaranense, o 2-0 desfavorável ao Guimarães pode não ter sido o melhor tónico para moralizar o plantel, mas serviu para «solidificar o grupo em termos tácticos», sublinhando que «a atitude foi do melhor que há», funcionando como «uma referência a manter futuramente» e visando «preservar ou até melhorar a postura táctica pela atitude que a equipa demonstrou nas Antas». O técnico assegurou ainda que «há muito tempo que a equipa está bem fisicamente». 

Descontente com o trabalho de arbitragem em seis encontros (Braga, Alverca, Salgueiros, Gil Vicente, Aves e Porto), Paulo Autuori não pede vantagens, mas o que não quer «é ser prejudicado». Em jeito irónico, comentou que a arbitragem está sempre bem. «É o único segmento do futebol que tem benefício da dúvida. Um jogador quando erra é contestado, o técnico é mandado embora, o preparador físico, coitado... Veja-se agora o caso do Beira-Mar. Sobrou para o rapaz... Isso é uma cobardia. Não admito isso. O árbitro errou... encosta! A falta de critério é evidente», advertiu, deixando pairar no ar a seguinte ideia: «Cheira-me a preconceito contra mim, mas não vou deixar de dizer as coisas», afiançou. 

O técnico vitoriano considerou ainda uma falta de «bom senso» pedir-se a despenalização de Paulão, porque não quer contradizer o seu discurso. «Não tem como», sustenta, admitindo que «Paulão errou e vai pagar por isso». Para Paulo Autuori, «as regras do clube estão estabelecidas e Paulão vai sujeitar-se ao regulamento interno do clube». O brasileiro referiu ainda que «o critério não foi o mesmo, pois os árbitros empurram uns para baixo e outros para cima. É bem claro e é isso que tem de ser dito», insiste. 

Márcio Theodoro quase recuperado 

O plantel vitoriano regressou hoje aos treinos. Duas sessões agendadas para esta terça-feira. De manhã, Paulo Autuori ministrou um treino técnico-táctico, com o plantel a ser dividido em três equipas, tendo realizado peladinhas. Da parte da tarde, uma sessão iminentemente física e técnica, seguida de banhos e massagens. 

Os defesas Márcio Theodoro e Paulo Rúben e o avançado Manoel voltaram a fazer treino específico, com corridas à volta do relvado. Rúben é o caso que inspira maiores cuidados, já que Márcio Theodorodeverá integrar os treinos a cem por cento durante a semana. Entretanto, Geraldo no lance disputado com Capucho sofreu um ferimento profundo e extenso na região frontal, tendo sido suturado com 10 pontos. Na próxima sexta-feira será reavaliado. Aliás, o brasileiro está a contas com outra lesão: traumatismo na perna esquerda, razão pela qual não treinou da parte da manhã, fazendo corrida na sessão da tarde.

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