Google e Universal Music em conversações para acordo sobre "deepfakes"

10 ago 2023, 15:01
Google (AP Photo/Alastair Grant, File)

 

 

Também a Warner Music tem estado em negociações com a Google

A Google e a Universal Music estão em negociações para licenciar melodias e vozes de artistas para canções geradas por inteligência artificial - os deepfakes, avança o Financial Times.

De acordo com o jornal, as conversações entre a Google e a Universal Music estão numa fase inicial e o lançamento do produto resultante das negociações não é iminente, mas o objetivo é desenvolver uma ferramenta para os fãs criarem estas faixas de forma legítima e pagarem os direitos de autor. Os artistas teriam ainda a possibilidade de optar por participar.

Segundo uma fonte familiarizada com o assunto, a Warner Music, a terceira maior editora musical, também tem estado em negociações com a Google.

A notícia surge numa altura em que o sector da música tenta rentabilizar uma das suas maiores ameaças e, segundo quatro fontes citadas pelo Financial Times, as conversações em curso têm como objetivo estabelecer uma parceria com a indústria para tentar ajudar a lidar com as implicações dos deepfakes

Isto porque com o surgimento desta nova tecnologia foram vários os artistas que se viram replicados, muitos sem o seu consentimento, de forma bastante convincente. Segundo o jornal, a voz de Frank Sinatra foi utilizada numa versão de "Gangsta's Paradise", enquanto a de Johnny Cash foi utilizada em "Barbie Girl".

Um utilizador do YouTube chamado PluggingAI oferece mesmo músicas em que replica as vozes dos rappers já falecidos Tupac e Notorious B.I.G.

"A voz de um artista é muitas vezes a parte mais valiosa do seu sustento e da sua personalidade pública, e roubá-la, independentemente dos meios, é errado", afirmou o conselheiro geral da Universal Music, Jeffrey Harleston, aos legisladores americanos no mês passado.

Os responsáveis pelo sector da música já comparam a situação dos deepfakes aos primeiros tempos do YouTube, propriedade da Google, quando os utilizadores começaram a adicionar canções populares como banda sonora dos vídeos que criavam, o que levou a uma luta de anos por causa da violação de direitos de autor.

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