O pedido surge no seguimento de declarações do presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, que acusa associações pró-russas de estarem envolvidas no acolhimento a cidadãos ucranianos refugiados
O Chega requereu esta terça-feira a marcação de um debate de urgência na Assembleia da República sobre o acolhimento de refugiados ucranianos em Portugal, para que o Governo esclareça se “há associações ou grupos pró-russos” envolvidos.
“O Chega enviou há poucos minutos para o presidente da Assembleia da República o pedido para a marcação de um debate de urgência sobre a questão relacionada com o acolhimento de refugiados na Câmara Municipal de Setúbal mas um pouco por todo o país também”, anunciou o presidente do partido.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura sustentou que, “não obstante [o parlamento] estar em período orçamental” que “leva à suspensão dos trabalhos plenários, nada no regimento da Assembleia da República impede que seja marcado um debate de urgência, pelo contrário, permite-o deste que haja anuência ou do presidente da Assembleia da República ou da maioria dos partidos”.
O deputado do Chega justificou o pedido este debate com “o facto de ter sido denunciado por várias associações que alguns refugiados estariam a ser recebidos por elementos pró-russos” e também por “em algumas destas associações, inclusive algumas financiadas com dinheiro público, estariam elementos de espionagem do regime russo”.
Não "alimentar a dúvida"
A posição do Chega vai ao encontro das múltiplas acusações feitas desde o início de abril pela Associação dos Ucranianos em Portugal (AUP), presidida por Pavlo Sadoka. O líder da Associação tem denunciado a alegada presença de elementos pró-Putin, com conexões a organizações russas propagandísticas, no processo de acolhimento a refugiados ucranianos.
“Por tudo isto o Chega entende que é preciso ser feito um debate de urgência que convoque o Governo, sobretudo a secretária de Estado das migrações e o ministro da Administração Interna no plenário, com todos os partidos políticos e com a presença do Governo”, defendeu.
André Ventura considerou também que “é importante esclarecer e que não se deixe continue a alimentar a dúvida” sobre se “há associações ou grupos pró-russos a acolher estes refugiados em Portugal” e se “há alguma controlo por parte das secretas portuguesas e do Governo português” aos “serviços de espionagem russos que estão a agir em Portugal e que podem, nomeadamente estar a condicionar este acolhimento”, mas também “se tem havido financiamento direto ou indireto destas associações pró-russas”.