Umas eleições autárquicas com sabor a pré-presidenciais. Turquia a votos num teste a Erdogan

CNN Portugal , JAV
31 mar, 09:35
Eleições autárquicas Turquia (Erdem Sahin/EPA)

Após ter sido reeleito presidente da Turquia há menos de um ano, Erdogan e o seu AKP procuram agora reconquistar as duas principais câmaras municipais do país ao CHP. Se Ekrem Imamoglu for reeleito autarca de Istambul, estará aberto o caminho para disputar a presidência com Erdogan em menos de cinco anos, apontam os analistas

Mais de 61 milhões de eleitores turcos são chamados este domingo às urnas para eleições autárquicas nas quais o partido do presidente Tayyip Recep Erdogan (AKP) pretende reconquistar a Câmara de Istambul ao seu principal rival, Ekrem Imamoglu, do Partido Republicano do Povo (CHP), que por sua vez pretende reafirmar-se como o principal opositor do chefe de Estado.

Imamoglu deferiu um duro golpe a Erdogan e ao seu AKP nas municipais de 2019, na maior derrota eleitoral do presidente turco em 20 anos. Depois disso, Erdogan conseguiu ser reeleito para a presidência nas eleições do ano passado, com o apoio dos seus aliados nacionalistas.

Imamoglu procura a reeleição em Istambul, onde conseguiu derrotar o AKP de Erdogan em 2019 (Erdem Sahin/EPA)

As urnas abriram às 7h da manhã locais (5h da manhã em Lisboa) no leste da Turquia e às 8h no resto do país, e vão fechar às 17h. Os primeiros resultados deverão começar a surgir pelas 22h (20h em Lisboa).

Em Istambul, uma cidade com 16 milhões de habitantes que, não sendo a capital, é o centro económico da Turquia, as sondagens preveem uma corrida renhida entre Imamoglu e o candidato do AKP e ex-ministro, Murat Kurum.

Tal como Istambul, também a capital, Ancara, foi conquistada pela oposição nas autárquicas de 2019, depois de 25 anos sob governação do AKP e, antes dele, dos islamitas, sendo mais um bastião que o partido de Erdogan pretende reconquistar.

Os resultados do sufrágio deste domingo podem servir para cimentar o seu poderio ou sinalizar uma mudança no Estado-membro da NATO, onde as divisões políticas têm estado num crescendo.

Para os analistas, a potencial reeleição de Imamoglu como presidente da Câmara de Istambul poderá abrir-lhe caminho para vir a ser o futuro líder nacional da Turquia nas presidenciais de 2028.

A Reuters indica que a economia é o principal motor desta ida às urnas, numa altura em que a inflação na Turquia ronda os 70% do PIB. Os resultados deverão ser definidos pela participação (ou abstenção) do eleitorado islamita e dos curdos, que foram cruciais para a vitória do CHP nas municipais de há cinco anos.

Relacionados

Europa

Mais Europa

Mais Lidas

Patrocinados