TAP: PSD, Chega e BE dizem que Galamba não pode continuar no Governo se mentiu. PCP perplexo e alerta para a instrumentalização dos casos

Agência Lusa , DCT, atualizado às 19:17
28 abr 2023, 18:31

O agora ex-adjunto do Gabinete do ministro das Infraestruturas, Frederico Pinheiro, foi exonerado por “comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades” inerentes ao exercício das funções

O PSD considerou esta sexta-feira que o ministro das Infraestruturas não tem condições para continuar em funções caso se confirme que quis omitir à comissão parlamentar de inquérito à TAP informação sobre uma reunião com a anterior presidente-executiva da companhia.

“Acabamos de saber pela voz do seu ex-assessor que o ministro quis mentir à Comissão Parlamentar de Inquérito, omitindo informação relevante”, afirmou o líder parlamentar do PSD, considerando que “isso é inaceitável”.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Joaquim Miranda Sarmento afirmou que, “se isso é assim, não há condições para que continue no Governo”. O social-democrata defendeu que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, “está politicamente muito diminuído”.

Também o líder parlamentar do BE defendeu que, se João Galamba “deliberadamente tentou mentir a uma comissão de inquérito, não pode continuar como ministro”, exigindo explicações também do primeiro-ministro, António Costa, “em nome da democracia e da verdade”.

“Se há um ministro [das Infraestruturas, João Galamba], que deliberadamente tentou mentir a uma comissão de inquérito não pode continuar com ministro. Se há acusações que o ministro quis faltar à verdade a uma comissão de inquérito, essas acusações têm que ter uma resposta clara e inequívoca por parte do Governo”, disse aos jornalistas Pedro Filipe Soares.

De acordo com o líder parlamentar bloquista, “o senhor ministro, o senhor primeiro-ministro são chamados a dar respostas em nome da democracia e em nome da verdade a este parlamento”.

Através de um vídeo enviado à redação da CNN Portugal, André Ventura reagiu à polémica em torno de Frederico Pinheiro. O presidente do Chega entende que Galamba deveria resignar e “assumir a responsabilidade”.

O PCP manifestou "perplexidade e indignação" relativamente ao caso que motivou a demissão de um adjunto do ministro das Infraestruturas, mas advertiu que a situação "não pode ser instrumentalizada" para abrir caminho à venda da TAP. O dirigente comunista Vasco Cardoso "exige o apuramento das diversas responsabilidades até às últimas consequências".

Vasco Cardoso afirma, contudo que o PCP "distancia-se daqueles que usam este e outros episódios para atacar a democracia, os serviços e empresas públicas, os interesses dos trabalhadores e do povo português"

"Aquilo que tem vindo a ser divulgado ao longo do dia não pode deixar de suscitar perplexidade e indignação perante procedimentos incompatíveis com as exigências de transparência, verdade e rigor que se colocam no desempenho de cargos e empresas públicas", declara.

O dirigente do PCP considera, no entanto, que "este tipo de atuação não pode continuar a ser instrumentalizado para, precisamente, abrir caminho à entrega de mais uma empresa estratégica portuguesa a uma multinacional estrangeira, como alguns pretendem fazer com a TAP".

O agora ex-adjunto do Gabinete do ministro das Infraestruturas, Frederico Pinheiro, foi exonerado por “comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades” inerentes ao exercício das funções.

Numa nota divulgada esta tarde a alguns órgãos de comunicação, Frederico Pinheiro refere ter tirado notas da reunião entre o PS, assessores do Governo e a anterior presidente-executiva da TAP, um dia antes de ser ouvida no parlamento em janeiro, e que "ficou indicado que, em caso de requerimento pela Comissão Parlamentar de Inquérito, as notas não seriam partilhadas por serem um documento informal".

O Governo apresentou uma queixa-crime contra o recém demitido adjunto do ministro das Infraestruturas, João Galamba. A CNN Portugal apurou que, após a exoneração, Frederico Pinheiro levou dois computadores do Estado para casa, um deles contendo informação classificada.

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