Violência ensombrou festa

5 jun 2000, 00:10

Confrontos entre adeptos turcos e ingleses

A festa na Turquia foi à medida do significado do momento, com discursos patrióticos, multidões na rua e festas por todo o lado. Mas a campanha que levou à conquista da Taça UEFA ajudou também a perceber as contradições que perpetuam a difícil relação entre a União Europeia e a Turquia, país de fronteira entre os continentes asiático e europeu.

O Galatasaray entra para a história como a primeira equipa turca a vencer uma competição europeia, mas para o resto da Europa a Taça UEFA 99/00 ficará sempre manchada pelas recordações dos confrontos entre adeptos turcos e ingleses, de que resultaram pelo menos dois mortos.

Os problemas que ajudaram a reforçar a fama de «fanáticos» que persegue os adeptos turcos começaram na meia-final, quando o Galatasaray eliminou o Leeds. No rescaldo de vários confrontos, dois adeptos ingleses morreram apunhalados. Em Copenhaga repetiram-se as cenas. Na noite anterior ao jogo e durante o próprio dia da final, as ruas da capital dinamarquesa foram palco de várias batalhas campais entre adeptos turcos e ingleses, de que resultaram vários feridos.

No dia seguinte a imprensa europeia relegava a vitória do Galatasaray para segundo plano, atrás dos relatos chocantes dos incidentes de Copenhaga. As crónicas da festa em Istambul e no resto do país também foram cortadas por relatos de mortes durante as comemorações. É que na Turquia é tradição comemorar com tiros para o ar.

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