Dacia e Toyota destacam-se em 2023 e são preferência dos portugueses

conteúdo patrocinado
25 jan, 14:40

A Dacia não para de crescer na Europa e em Portugal. A nível europeu, a marca do grupo Renault cresceu 17,4% e no nosso país o registo foi de quase 50%. Já a Toyota comercializou mais de 905 mil automóveis com a sua principal marca no penúltimo mês do ano, uma subida de 13,6%.

Este e outros temas são abordados numa conversa, que pode ver na íntegra neste vídeo, moderada por Sara Sousa Pinto, com a presença habitual de Nuno Castel-Branco, diretor-geral do Standvirtual, e dos convidados Rita Dória, diretora de marketing da Toyota Portugal e José Pedro Neves, diretor-geral da Dacia Portugal. Mas antes, começamos com a habitual análise mensal do setor automóvel e notícias relevantes do setor.

Mercado automóvel em Portugal cresceu 26,1% em 2023, face ao ano anterior

Chegado um novo ano é altura de analisar os números do mercado nacional e os dados não deixam margem para dúvidas: as vendas recuperaram significativamente. Os portugueses compraram neste último ano mais 50 mil veículos do que em 2022 e mais de metade dos carros vendidos consomem combustíveis alternativos. Na comparação homóloga, o mercado cresceu em 2023, bastante acima dos 2,8% em 2022 face a 2021. Contudo, mesmo assim o volume de vendas continua distante da pré-pandemia. Em 2019, tinham-se vendido 267 mil unidades, mais 31 mil do que em 2023.

Quanto aos dados mensais, o mercado total cresceu 11,3% em dezembro, para 20.833 unidades, e o mercado de ligeiros de passageiros cresceu 11,1%, para 16.635 novas unidades.

Nuno Castel-Branco, diretor-geral do Standvirtual, destaca duas notícias do setor automóvel: a fabricante asiática, BYD, conseguiu, pela primeira vez, ultrapassar a Tesla entre outubro e dezembro de 2023. No entanto, em todo o ano passado a empresa liderada por Musk manteve a liderança. No total, a Tesla vendeu 1,8 milhões de carros elétricos, enquanto a BYD entregou 1,57 milhões de veículos em 2023. A Volkswagen tem novidades para 2024. A marca alemã vai passar a integrar o sistema de inteligência artificial ChatGPT em alguns modelos já a partir do segundo trimestre deste ano — será o primeiro construtor de volume a fazê-lo.

Vendas da Toyota alcançam recorde

A Toyota despediu-se de 2023 com resultados recorde em termos não só de vendas, mas também de produção. Num ano em que o mercado automóvel continuou a ser afetado por crises externas, a construtora japonesa comercializou mais de 905 mil automóveis com a sua principal marca no penúltimo mês do ano, resultando numa subida de 13,6%. No que toca ao total de vendas da Toyota realizadas de janeiro a novembro, este cresceu 7,3% face ao período homólogo para os 9,37 milhões de unidades. Considerando todo o grupo, as vendas acumuladas subiram 6,9%, para 10,22 milhões de unidades. Todas as marcas que fazem parte da Toyota tiveram um crescimento da produção em todas as regiões do mundo e Portugal não foi exceção. Rita Dória, diretora de marketing da Toyota Portugal, explica a razão desta tendência: “A Toyota é uma marca representada em 170 mercados e vende mais de 10 milhões de automóveis anualmente. Isto tem muito a ver com a nossa abordagem multitecnológica que vai desde o motor a combustão, ao motor híbrido, híbrido plug-in, hidrogénio ou elétrico. Acreditamos que só assim é que se consegue adaptar a marca a todos os mercados do mundo”.

Empenhada em disponibilizar soluções de baixo carbono para todos os seus clientes, de acordo com as necessidades e infraestrutura locais, a Toyota tem vindo a adaptar-se aos novos tempos. “Sabemos que nem todos os países têm as infraestruturas ou rendimentos para poderem evoluir ou utilizar formas de armazenamento das novas tecnologias, e por isso, com a nossa estratégia conseguimos ter a noção e capacidade de estar em todos os países”, afirma Rita Dória.

Reconhecida por ser pioneira na eletrificação, na Europa, a Toyota está comprometida em atingir a neutralidade carbónica total até 2050. “Fomos a primeira marca a ter os híbridos. O Prius, em Portugal em 2000, mas foi lançado em 1997 no Japão, e o caminho começou aí”. Mas a história da empresa é mais antiga e surgiu de um tear, quando em 1892, o jovem Sakichi Toyoda apresentou, com apenas 24 anos, o primeiro tear automático do Japão. De pai para filho, do tear ao automóvel, com Kichiro, filho de Sakichi, em 1935, a Toyota apresentou ao mundo o protótipo A1 e, em 1937, inaugurou a Toyota Motor Company. A alteração da designação Toyoda para Toyota tem a ver com o significado da palavra: campo fértil de arroz, o que não seria de todo conveniente para o novo negócio da família. A história que iria atravessar décadas e apresentar ao mundo uma nova forma de fabricar automóveis assente numa filosofia muito própria. “O novo chairman acredita que não conseguimos atingir as nossas metas de descarbonização sem uma multitecnologia. A Toyota tem uma visão não só de marca automóvel mas também visão de vida. Os princípios assentam muito na cultura japonesa e tem muito a ver com a melhoria contínua, a procura de qualidade e melhoria constantes" afirma a diretora de marketing da Toyota Portugal.

Dacia teve o melhor ano de sempre em Portugal

Dacia, marca do Grupo Renault, manteve em 2023 a tendência de grande crescimento no mercado automóvel nacional. No total vendeu 15 058 unidades, um aumento muito expressivo de 47% em relação a 2022.

A marca foi líder de vendas a clientes particulares, com os modelos Sandero e Duster a serem os preferidos dos portugueses. No segmento dos automóveis 100% elétricos, o Dacia Spring continua a ser o mais vendido com 562 unidades registadas.

José Pedro Neves, diretor-geral da Dacia Portugal, explica o sucesso da marca: “A marca é relativamente jovem no mercado. Foi comprada pelo Grupo Renault em 1999 com uma missão clara de acessibilidade da mobilidade para todos. Em 2021, separou, do ponto de vista comercial, a Dacia da Renault. Isto deu um grande impulso internacionalmente e Portugal beneficiou desta estratégia adaptada ao nosso mercado”. O diretor-geral da Dacia Portugal, reforça ainda que “a marca está focada no essencial, ou seja, se há um acessório, uma tecnologia que não é essencial, porque pô-los no carro se o cliente vai ter de pagar? Tudo isso encarece. O modelo de negócio é pensado desde o design até à comercialização, o que nos permite ter um carro ao melhor preço de mercado”.

A nova identidade visual da marca romena que renovou o seu símbolo e apresentou modelos mais modernos e arrojados, não se prende apenas com questões estéticas, já que esta alteração é também reflexo do compromisso com o futuro e dos fortes valores patentes na Dacia. Algo que se traduz num esforço de redução na utilização de recursos em todas as etapas do negócio, apostando, por exemplo, em materiais sustentáveis, assim como na oferta de veículos concebidos em função daquilo que será a sua utilização.

Numa altura em que a maioria das marcas visa a eletrificação para alcançar a meta da união europeia na redução dos combustíveis fósseis, a marca do Grupo Renault, mantém a sua forte aposta no GPL, e ambiciona vender 70% dos seus veículos com esta tecnologia. E são várias as vantagens deste gás, tanto para a bolsa como para o ambiente, usufruindo do facto de já existir uma rede de distribuição em Portugal, como explica o diretor-geral Dacia Portugal. “É uma aposta que está muito bem adaptada ao mercado

português. Há um aspeto muito importante, o GPL em Portugal é feito à base de gás natural e isso vai de encontro com os valores da marca: a acessibilidade mas também respeitar o ambiente”. Decisão sustentada também na certeza de que este combustível será sempre mais barato que a gasolina ou o gasóleo. “A utilização do GPL com a gasolina faz destes modelos, veículos híbridos. E isto pode fazer toda a diferença em termos de custos. Em primeiro lugar, de aquisição. Em segundo lugar, o preço do GPL. Finalmente, na poupança gerada. Por outro lado, devemos desmontar o mito do perigo da utilização do Gás de Petróleo Liquefeito”.

A Dacia tem como ambição chegar a uma quota de vendas de 70% de modelos com esta tecnologia.

Nuno Castel-Branco, diretor-geral do Standvirtual, reforça que “as marcas apostam maioritariamente na eletrificação, mas é importante informar que há alternativas”, mas os dados não deixam dúvidas: “os elétricos para já parecem ser o futuro. Há uma queda muito significativa a nível da gasolina, mas quando olhamos para os elétricos há um crescimento contínuo. Quando olhamos para os eletrificados, incluindo o GPL, o número de procura no Standvirtual é de 52%, o mesmo valor de vendas de energias alternativas. É evidente que os outros estão em queda, particularmente o diesel. Chegámos a um momento do mercado que quando comparamos tudo o que é combustão com tudo o que é eletrificado ao longo de 2023, a escolha vai para os elétricos”.

 

Fórum Automóvel

Mais Fórum Automóvel