Os automóveis elétricos estão na moda, como comprovam os milhares que já se veem nas estradas portuguesas. Os números têm vindo a crescer e há expectativas altas para os próximos anos. Como é que a indústria do setor automóvel evoluiu para acompanhar as mudanças do consumidor? É este o ponto de partida da edição de outubro do Fórum Automóvel, uma parceria entre a CNN Portugal e o Standvirtual que traz para a mesa – e para a estrada - a evolução e o futuro automóvel.
A conversa, que pode ver na íntegra neste vídeo, é moderada por Sara Sousa Pinto, com a presença habitual de Nuno Castel-Branco, diretor-geral do Standvirtual, e das convidadas Marília Machado dos Santos, diretora-geral da Volkswagen, e Susana Mendonça, diretora de marketing da Peugeot. Mas primeiro, vamos à habitual análise mensal do setor automóvel.
Portugal mantém o otimismo para fechar 2023 em alta
Setembro parece ter sido de recuperação para a indústria automóvel no geral. O mercado dos novos subiu no mês passado mais de 15% face ao mesmo período do ano homólogo, com destaque para os elétricos e híbridos, que representam quase 60% do total das vendas. “No início do ano este valor rondava os 45% e agora chegámos aos 60%. A maioria dos carros novos vendidos em Portugal têm a componente forte da eletrificação, claramente as alternativas nunca existiram tanto” explica Nuno Castel-Branco, diretor-geral do Standvirtual.
De acordo com a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), os veículos ligeiros de passageiros eletrificados tiveram um crescimento de 108% entre janeiro e setembro. Já a procura de automóveis usados desacelerou 2% em setembro, “sabemos que os consumidores portugueses preferem adquirir carros usados e por isso vemos que aqui os valores mantêm-se relativamente estáveis”, conclui o diretor-geral do Standvirtual.
O setor automóvel enfrenta um futuro que pode ser fundamentalmente diferente do seu passado.
A eletrificação na indústria está a evoluir mais rápido do que se pensava, nomeadamente em Portugal. Quando os automóveis a combustão têm os dias contados é quase como se a eletrificação fosse um desafio do passado para as construtoras. Mas de que forma aceleraram as marcas para acompanhar este novo modelo de negócio?
“Nós, Volkswagen, tivemos que nos adaptar àquilo que temos de comunicar. Muito no início havia todas as questões associadas sobre como conduzir um automóvel elétrico, o carregamento e todo o processo. Todas as campanhas que foram feitas e toda a construção da marca que foi feita está a desmultiplicar-se em campanhas que transmitem a acessibilidade na condução e na facilidade de carregamento porque hoje em dia é muito mais fácil do que imaginávamos há 10 ou 15 anos. Esta estratégia de comunicação alterou, assim como alterou todo o setor automóvel, e nós temos que nos adaptar para produzir aquilo que o cliente pretende ter” explica Marília Machado dos Santos, diretora-geral da Volkswagen.
Portugal é reconhecido por ter uma das melhores redes públicas de carregamento elétrico, figurando mesmo nos cinco primeiros lugares dos países europeus com mais pontos de carregamento por cada 100 km de estrada. São passos significativos que incentivam a uma escolha mais sustentável no momento de decidir o tipo de automóvel a comprar.
“A cobertura de rua ajuda bastante a aumentar a progressão das vendas de elétricos, mas é preciso também descansar os potenciais clientes relativamente a todo o processo de carregamento e autonomias. Na Peugeot estamos a lançar dois modelos novos com autonomia acima dos 400 km, e já anunciámos o E-3008 que iremos lançar durante o próximo ano, pensado para ser 100% elétrico com uma autonomia de 700 km” afirma Susana Mendonça, diretora de marketing da Peugeot.
À medida que todo o setor automóvel está obrigado a fazer uma reconversão elétrica, sem precedentes, para atingir as metas climáticas, as marcas adaptam o seu modelo de negócio.
“Tudo o que é campanha hoje em dia são alinhamentos internacionais, são posicionamentos de marca e localmente adaptamos a mensagem. No caso da Volkswagen temos um produto produzido em Portugal para o mundo, o T-Roc, temos o T-Cross, o Taigo, portanto, uma gama de SUV que comunicamos para dar valor à marca” acrescenta Marília Machado dos Santos, diretora-geral da Volkswagen.
A Peugeot assegura, pelo terceiro ano consecutivo, o topo das vendas do mercado automóvel português total (passageiros e comerciais ligeiros), sublinhando a sua liderança na estratégia de comunicação. “Somos também a escolha do consumidor nos últimos 10 anos e usamos essas duas armas como forma de comunicação para continuarmos a ser a preferência dos clientes” comenta Susana Mendonça, diretora de marketing da Peugeot.
Também a plataforma Standvirtual teve de acompanhar as novas exigências e mudanças de paradigma no setor automóvel, dando resposta aos visualizadores com novas áreas no site. “Enquanto Standvirtual estamos mais preocupados com o consumidor no sentido de ele olhar para os elétricos e adaptar-se a esta nova realidade. Uma das coisas que nos focámos foi essencialmente na vertente da educação” comenta Nuno Castel-Branco, diretor-geral do Standvirtual. Há novos conteúdos no concessionário virtual, também reconhecido como escolha do consumidor há 10 anos.