Com um Gyökeres assim, este Leão está para tudo
Muda a competição, não muda o resultado.
O Sporting entrou esta noite com o pé direito na Taça da Liga, ao vencer na receção ao Farense (4-2), num jogo da segunda jornada da terceira principal competição do país.
Muda a competição, diga-se, mudam os intérpretes, mas este leão – mais tímido na Europa, no entanto – parece estar para todas. E mudam os intérpretes porque Ruben Amorim aproveitou a partida de Taça da Liga para promover alguma rotatividade na equipa. Na baliza, desde logo, onde jogou Franco Israel em vez de Adán.
Inácio no meio, a surpresa de Amorim
Na defesa, St. Juste voltou a ter minutos, ao lado de Ousmane Diomande e Matheus Reis, e foi no meio-campo que se deu a principal novidade: Morita está lesionado, Hjulmand começou no banco, e por isso foi Gonçalo Inácio o escolhido para fazer dupla com Daniel Bragança.
Surpreendeu com essa opção, Ruben Amorim, mas não pode dizer-se que tenha sido uma aposta falhada. Mas já lá vamos. No ataque, Paulinho regressou ao onze e jogou ao lado de Gyökeres e Francisco Trincão.
O Farense, uma equipa que já complicou, e muito, a vida ao conjunto verde e branco esta época, foi jogar a Alvalade com tudo: José Mota não fez qualquer alteração ao onze que havia derrotado o Rio Ave, no fim de semana.
Mas quer porque o Sporting foi mais forte, quer porque Alvalade não é o São Luís, a formação de Faro esteve longe do nível apresentado no encontro da sétima jornada da Liga, ainda em setembro, na qual a turma de Amorim venceu por 3-2, com um penálti de Gyökeres aos 90 minutos.
Mattheus Oliveira até deu o primeiro sinal para os algarvios, com poucos segundos de jogo, mas depois o Sporting tomou conta das ocorrências. Pressão alta, coesão defensiva e boa dinâmica no ataque, foi essa a receita para uma primeira parte bastante competente.
Inácio no meio-campo revelou-se uma aposta ganha, Esgaio e Trincão, tantas vezes criticados, tiveram um bom entendimento no lado direito do ataque, e Gyökeres, sempre ele, foi letal. Primeiro servido precisamente por Trincão, depois na marcação de um penálti.
Ricardo Velho, com maior ou menor dificuldade, evitou uma vantagem com outros números ao intervalo, e o Farense só a partir da meia-hora conseguiu ter alguma – não muita – bola no meio-campo adversário. Por isso, o resultado no fim da primeira parte era inteiramente justo.
Mattheus Oliveira, um pé esquerdo que dá esperança
A etapa complementar abriu praticamente com a lei do ex: Mattheus Oliveira havia bisado no jogo da Liga, no São Luís, e no regresso a Alvalade, agora como futebolista do Farense, também marcou, com um belo remate de meia-distância.
Aos 49 minutos, a equipa de Faro voltava a entrar na partida.
Mas mais pelo resultado do que por outra coisa, já que o Sporting pouco ou nada sentiu este golo. Isso sim, continuou em busca da baliza adversário e deixou um aviso por Trincão logo a seguir ao momento de festa de Mattheus.
Nuno Santos, um pé direito (sim, leu bem) que dá tranquilidade – antes do hat-trick de Gyökeres
Não marcou Trincão, festejou a seguir Nuno Santos, num lance de insistência em que Ricardo Velho não ficou nada bem na fotografia. A seu favor, o guarda-redes do Farense pode sempre alegar que tinha a visão obstruída. Certo é que Nuno Santos marcou mesmo... e de pé direito.
E a tranquilidade voltou a reinar em Alvalade.
Viktor Gyökeres continuava a ser o farol do ataque verde e branco, principalmente em profundidade, e Ricardo Velho voltou a ser o que separava o Sporting de uma goleada.
Mas com o «viking» sueco a jogar assim, não há guarda-redes que resista.
Na última jogada antes de ser substituído, Gyökeres arrancou da linha do meio-campo, ultrapassou a oposição de Artur Jorge, e fechou a discussão do encontro com um belo remate ao ângulo. Saiu a seguir para os aplausos, e com os adeptos a gritarem o seu nome. Um casamento, até ver, perfeito.
E apesar de uma quebra na fase final do jogo, que permitiu ao Farense reduzir para 4-2, quase perfeita está a vida do Sporting internamente: são 11 jogos em provas nacionais para o leão, dez vitórias e um empate.
Líder no campeonato, na quarta eliminatória da Taça e agora com a vida bem encaminhada na fase de grupos da Taça da Liga. Nada mau.