Campomaiorense-Braga, 1-1 (destaques)

19 nov 2000, 19:05

Bruno Paixão - protagonista indesejado Nunca é bom quando um árbitro assume posição de destaque. Bruno Paixão, provavelmente, teve razão quando assinalou o penalty que deu o empate ao Braga, mas acumulou demasiados erros que em nada abonam o seu trabalho. Falemos do que mais interessa: Marco Almeida secou Fehér e foi o rosto principal de uma defesa impecável. No Braga nem tudo correu bem, mas a culpa não foi de Barroso nem de Tiago.

Marco Almeida

Porque lhe coube a marcação a Fehér, surge como o rosto principal de uma defesa que esteve impecável. Coordenados entre si e com grande sentido de entreajuda, os quatro elementos mais recuados do Campomaiorense mostraram como se defende sem sequer ser preciso optar sempre pelo pontapé para o ar. Marco Almeida foi encarregue de vigiar o húngaro do Braga e tornou-se no principal culpado pela tarde pouco feliz de Fehér. Beke, ao seu lado, foi igualmente fundamental e acorreu muitas vezes às dobras, mas sem dúvida que este central emprestado pelo Sporting foi a unidade-mais do jogo. Jorge Ribeiro sai a perder por ter cometido o eventual penalty que deu o empate... 

Detinho

É grande, muito grande, e parece-se muito pouco com os brasileiros típicos. A sua forma de jogar passa mais pela luta e pela imposição da força física para levar a melhor sobre os defesas que o marcam. O estilo, nomeadamente com a bola nos pés, não é dos mais ortodoxos, mas por vezes é eficiente. Como foi hoje, quando Detinho aproveitou com a calma que se lhe exigia o brinde de Odair e colocou a equipa a ganhar. 

Barroso e Tiago

O jogo bracarense esteve longe das melhores tardes e noites desta época, mas tal não se fica a dever à dupla de médios. Barroso e Tiago complementaram-se bem, sendo que ambos conseguiram dar coesão defensiva e possuem capacidade suficiente para enviar a bola para os homens da frente. Aqui sim, residiu a maior pecha arsenalista. Edmilson, Riva e Fehér estiveram longe de jogar tudo o que sabem e a equipa ressentiu-se disso. Mas atenção que a culpa também foi dos defesas e médios contrários... 

Fehér

Esteve muito pouco em jogo por mérito absoluto de Marco Almeida. Quando, apesar da apertadíssima vigilância, se libertou para rematar, em duas ocasiões, fê-lo muito mal. Sem convicção, para fora. Um ponta-de-lança sabe que tem jogos assim e que as oportunidades têm que ser de ouro. Algo em que Fehér não as conseguiu transformar. 

Odair

Azar? Provavelmente sim. Mas os azares pagam-se muitas vezes caros, como hoje sucedeu ao Braga. O jogo estava equilibrado e tinha muito pouco tempo quando Odair decidiu sair a jogar e perdeu a bola para Detinho, permitindo o golo do Campomaiorense. Se o lance não tivesse ocorrido, quem garante que os arsenalistas não expressariam no resultado, mais cedo ou mais tarde, a tranquilidade que os pontos lhe dão e está vedada aos alentejanos nesta altura do campeonato? 

Bruno Paixão

Decididamente, não estamos em presença de um bom árbitro. O lance decisivo, da grande-penalidade que deu o empate ao Braga, deixa dúvidas suficientes para que se lhe possa dar o benefício das mesmas na decisão que tomou. O problema foi tudo o que ficou para trás e mais um par de coisas que ainda se seguiram. Foram demasiadas faltas assinaladas ao contrário, muitos erros de pormenor e ainda por cima os auxiliares nem sempre o ajudaram da melhor forma. O que torna compreensíveis os protestos dos espectadores alentejanos, ainda que, repita-se, no lance mais importante não nos custe admitir que Paixão teve razão.

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