Campomaiorense-Braga, 1-1 (crónica)

19 nov 2000, 18:42

Alentejanos quase venciam em casa pela primeira vez Esteve quase, mas ainda não foi desta que o Campomaiorense venceu em casa. A equipa de Diamantino mostrou excelente organização, mas acabou empatada a um golo perante um Braga persistente mas pouco inspirado. O golo arsenalista nasceu de um penalty que valeu muitos protestos. O lance é polémico e mais vale dar ao árbitro, Bruno Paixão, o benefício da dúvida.

O Campomaiorense esteve perto de conseguir a primeira vitória em casa nesta temporada, mas falhou o objectivo no encontro da tarde de hoje (domingo) frente ao Sporting de Braga, que terminou empatado a uma bola. 

O golo bracarense, obtido a menos de dez minutos do final da partida, resultou de um penalty muito contestado pelos visitados. Daí até final não mais pararam os insultos dos espectadores para o árbitro Bruno Paixão e provavelmente os alentejanos vão justificar o empate com o lance. 

Convém, contudo, que se olhe um pouco mais além e se perceba que o Braga lutou muito (ainda que não muito bem) pelo ponto e o Campomaiorense, apesar da excelente organização que demonstrou no trabalho defensivo e do perigo relativo que conseguiu ir criando na segunda parte, foi incapaz de aumentar uma vantagem que lhe caíra do céu pouco depois do início do jogo. 

As duas equipas iniciaram o encontro com dispositivos virados para o ataque. Cada uma com três avançados, o Braga com Edmilson bem colado a Luís Filipe, Fehér e Riva. 

O equilíbrio - por baixo no que toca à qualidade do futebol praticado - foi a nota dominante em toda a primeira parte. A diferença, que quase se espelharia no final dos 90 minutos, esteve numa monumental fífia de Odair, que ao pretender sair a jogar deu a bola a Detinho. O brasileiro não foi de cerimónias e pôs o marcador favorável aos donos da casa. 

Do período que medeou entre os 14 e os 43 minutos ficou pouco para contar. Passemos portanto à frente e viajemos até aos momentos finais da primeira metade. Aí sim, o Campomaiorense podia ter aumentado (duas vezes) e o Braga empatado. Nada disso aconteceu, pelo que o que havia para resolver teria que ficar para depois do descanso. 

Faltou o quase à perfeição da defesa raiana 

Manuel Cajuda assumiu que era obrigatório mudar algo na formação bracarense e não demorou a proceder a substituições. Aos 15 minutos da segunda parte já havia três novos arsenalistas em campo, mas isso pouco acrescentou à equipa. 

As tentativas de ataque dos visitantes eram muitas e consecutivas, mas esbarravam invariavelmente na boa organização táctica dos alentejanos. Lance a lance, o Campomaiorense ia justificando a manutenção da vitória. O trabalho defensivo começava nos avançados e subia de rendimento à medida que se retrocedia no terreno, até se chegar a uma defensiva quase perfeita. 

Além da vontade e do acerto, o Campomaiorense demonstrava algo que lhe faltava desde Agosto - autoconfiança e alguma tranquilidade -, pelo que ia consegundo amiúde incomodar o último reduto bracarense em jogadas de contra-ataque. 

Falávamos ainda agora de uma defesa quase perfeita. Pois. Como tantas vezes sucede, faltou esse quase. Numa distracção raiana, Nguema entrou na área e o árbitro entendeu que Jorge Ribeiro o derrubou em falta ao tentar cortar o lance. 

Bruno Paixão estava longe, mas foi peremptório ao apontar a marca de grande-penalidade. O momento decisivo desta partida não é claro e por isso fica o benefício da dúvida para o juiz de Setúbal. 

Depois de muitos protestos Barroso atirou e Paulo Sérgio defendeu para a frente. Só que não houve tempo para festejar, pois no instante imediato Edmilson surgia a fazer a recarga e o 1-1. 

Aos alentejanos terá sabido a muito pouco este empate. Não foram brilhantes a atacar, mas mostraram organização e vontade que pareciam suficientes para guardar três pontos. 

Os arsenalistas levam para Braga um prémio pela atitude de procura do empate. A equipa de Cajuda, vê-se à légua, está muito mais mecanizada e respira melhor que o Campomaiorense, mas hoje não foi capaz de fazer saltar para o terreno de jogo essas capacidades que espreitavam a cada lance. Perdeu com isso o espectáculo.

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