Listas de espera empurram casais inférteis para clínicas privadas

Redação , VG
29 mar 2010, 10:51
Grávida

Um em cada dez casais tem problemas para engravidar e reclamam tratamentos gratuitos para a fertilidade

Um estudo da DECO, divulgado esta segunda-feira, revela que um em cada dez casais tem dificuldade em engravidar e, apesar de quase todos desejarem tratamentos de fertilidade gratuitos, 70 por cento acaba por ter de recorrer a clínicas privadas.

O estudo da Associação de Defesa do Consumidor concluiu que 93 por cento dos inquiridos querem exames e tratamentos gratuitos para a fertilidade
, informa a Lusa. Contudo, em cada dez inquiridos, que tinham problemas de fertilidade, sete recorreram a clínicas privadas, devido às listas de espera do Serviço Nacional de Saúde.

Os custos são a principal razão da preferência pelo serviço público, pois os tratamentos oscilam entre os 2900 euros, nos casos em que não foi necessária fertilização in vitro
, e os 3800 quando o recurso ao tubo de ensaio é necessário.

A duração da terapia, a falta de apoio psicológico e os serviços longe de casa foram outros dos obstáculos ao tratamento apresentados pelos inquiridos.
A terapia para engravidar dura em média nove meses, mas há relatos de quatro anos de tratamento, de acordo com a DECO.

O processo foi descrito como «desgastante» por sete em cada dez portuguesas, pelo que reclamaram apoio psicológico gratuito. No entanto, 15 por cento asseguram tê-lo procurado sem êxito.

As terapias mais frequentes são a indução da ovulação, usada por 55 por cento, fertilização, por 31 por cento dos inquiridos, e inseminação intrauterina, com 23 por cento de utilizadores.

Actualmente, as mulheres experimentam o parto mais tarde, em média aos 28 anos, e entre 1995 e 2005 subiu de 10 para 16 por cento o número de mães com mais de 35 anos. A partir dos 30 anos, a fertilidade diminui e o período até engravidar aumenta, mas há outras causas apontadas para os problemas de fertilidade como a poluição ambiental, os problemas hormonais ou genéticos e certas doenças.

Estima-se que em Portugal existam 120 mil casais inférteis.

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