Projecto de fruta nas escolas chega a 45% dos alunos

19 mai 2010, 14:23
Rituais - fruta

Já aderiram 74% dos concelhos portugueses

Cerca de 45 por cento dos alunos do primeiro ciclo estão já abrangidos pelo Regime de Fruta Escolar, projecto iniciado neste ano lectivo e que conta com a adesão de 74 por cento dos concelhos portugueses, segundo um responsável, noticia Lusa.

O coordenador da Plataforma Nacional Contra a Obesidade, Pedro Graça, revelou à agência Lusa que são cerca de 250 mil os alunos do 1.º ciclo das escolas públicas que podem contar com a oferta de, pelo menos, duas peças de fruta por semana, ao lanche.

«Este projecto é estruturante, não só no combate à obesidade. Uma das condições é que a fruta seja certificada e comprada de preferência a produtores locais, o que é também um incentivo à sustentabilidade social», comentou Pedro Graça.

As autarquias candidatam-se a um financiamento junto do IFAP - Instituto do Financiamento da Agricultura e Pescas, cabendo ao Ministério da Saúde a lista e frutos e produtos elegíveis.

«Come pior e com mais calorias quem tem menos dinheiro»


Este projecto pode ganhar relevo num contexto de crise económica das famílias, admite o responsável da Plataforma Nacional Contra a Obesidade.

«Se os alimentos mais baratos forem os menos saudáveis, todo o esforço pode ser afectado por condições económicas das pessoas. Hoje parece haver uma relação forte entre produtos mais calóricos e menos saudáveis e o preço baixo. Come pior e com mais calorias quem tem menos dinheiro. São evidências apontadas um pouco pelo mundo inteiro», sublinha.

Segundo dados de um estudo de 2009, um terço das crianças portuguesas entre os dois e os cinco anos estão em estado de pré-obesidade ou obesidade
. Na adolescência, a prevalência ronda igualmente os 30 por cento.

Para Pedro Graça, há neste momento nas estruturas educativas «um esforço» para sensibilizar os jovens para uma alimentação saudável. «Há também uma consciência por parte das empresas que produzem refeições para as escolas sobre os buffets, sobre o que deve ser promovido e o que deve ser proibido», adiantou.

O especialista acredita ainda que a indústria alimentar portuguesa está «muito empenhada» em reduzir o valor calórico dos alimentos, oferecendo soluções mais saudáveis.

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