Marinho Pinto: «Constituam-me arguido e demonstrarei em tribunal»

10 abr 2013, 19:42

Bastonário dos advogados explica «qual a verdadeira estratégia» de que é alvo

Marinho Pinto esteve nesta quarta-feira nos estúdios da TVI24
comentando a queixa que a Associação Sindical dos Juízes Portugueses fez depois das palavras do bastonário dos advogados na

Assembleia da República, entre as quais denunciava juízes de falsificarem atas.

Referindo de antemão que esta queixa é feita contra incertos incluindo-o como testemunha, Marinho Pinto pergunta «qual é a verdadeira estratégia que subjaz a este método de atuação?». Tendo enumerado exemplos, tem também respostas: «É fazer com que eu vá dizer nomes para que os nomes das pessoas que eu digo me ponham processos.»

«Constituam-me arguido e eu denunciarei isso em tribunal», garante Marinho Pinto contando que colegas e outras pessoas já se disponibilizaram para lhe entregar «atas falsificadas nos tribunais».

«Os juízes portugueses têm de se convencer de uma coisa: Eles têm de atuar nos tribunais de forma consentânea com o estatuto de dignidade que exigem que a sociedade lhe reconheça», aponta.

«Já tivemos juízes acusados de atos de corrupção flagrante e foram absolvidos escandalosamente», continua o bastonários dos advogados esclarecendo que «a máquina só funcionará melhor quando percebermos como é que está a funcionar mal e por que é que funciona mal»

Dando mais um exemplo de um juiz que lhe pediu uma indemnização de um milhão de euros após uma denúncia sua, Marinho Pinto assume que há juízes que «querem silenciar pela força, pelo medo, pelo terror, quem denuncia as coisas más que existem nos nossos tribunais».

O bastonários dos advogados reforça que a sua «principal iniciativa é fazer a denúncia pública» das más práticas: «É preciso que eles saibam que nós sabemos que eles sabem.» «Há muita gente que defende o silêncio perante estas coisas, que defende o respeitinho», acrescenta.

Falando em «todas» as queixas enviadas para o Conselho Superior da Magistratura que «são arquivadas» lembra que há pessoas desde jornalistas, a polícias, a ex-governantes, ex-deputados, advogados que já foram presas. Mas pergunta: «Algum magistrado já passou pela cadeia? E porquê? Porque são feitos de carne diferente de todos os outros na sociedade?»

«Não», responde, «porque são eles que se julgam e absolvem escandalosamente uns aos outros». «Isto é que é a realidade», explicando que não faz participações criminais sequer de quem o trata por «cão raivoso» ou «animal» porque quer «o debate público» «Eles querem o silêncio», diz.

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