Um jogo para Portugal ganhar com cabeça

15 jun 2000, 20:32

Jogadores falam com respeito da Roménia Para refrear a euforia, os jogadores portugueses alertam para as dificuldades do jogo com a Roménia

ERMELO - Um respeito acentuado pela Roménia, em contraste com a abordagem confiante efectuada ao encontro com a Inglaterra, foi a nota comum das declarações dos portugueses no final do treino de quinta-feira. O médio Paulo Bento salientou as dificuldades colocadas por «uma equipa com grande experiência, que joga há muito tempo em conjunto». Apesar disso, Paulo Bento não considerou que nos dois últimos confrontos a Roménia tenha sido superior a Portugal: «Nas Antas, a sorte esteve do lado deles, apesar de termos feito um dos melhores jogos da fase de qualificação. Em Bucareste empatámos um encontro equilibrado. Espero que os ensinamentos desses jogos tenham alguma utilidade no sábado».  

A aplicação prática desses ensinamentos passa por «muita cabeça fria». «Partimos com uma vantagem de dois pontos, que temos de aproveitar, sabendo que dispomos de 90 minutos para ganhar o jogo». Uma análise prudente, que não se confunde com a possibilidade de jogar para o empate: «Só queremos ganhar, o que não impede que o tentemos fazer com muita cabeça». 

Rejeitando a possibilidade de efectuar marcação individual a Hagi («não costumamos actuar assim»), Paulo Bento reafirmou que, apesar de as armas romenas serem bem conhecidas, «o mais importante é preocuparmo-nos com o que podemos fazer, não com este ou aquele adversário». Uma atitude que parece anunciar o recurso às mesmas armas do jogo com a Inglaterra ¿ trocas de passes, muita circulação de bola e movimentações constantes - embora a Roménia coloque outro tipo de problemas tácticos: «A nossa selecção não tem outra forma de jogar. Do outro lado estará uma equipa diferente, é verdade, mais elaborada na construção do seu jogo. Mas temos de ser fiéis às nossas características». 

Negócios não afectam, diz Paulo Bento 

Por último, Paulo Bento escusou-se a comentar o seu futuro profissional («a seu tempo se verá»), aproveitando para garantir que a incerteza quanto ao destino de muitos elementos da selecção não vai deixar marcas: «Essas questões têm sido comentadas há tanto tempo que já não podem estragar o bom ambiente». 

Quanto a Pedro Espinha, salientou que a anunciada recuperação de Stelea «é uma boa notícia para a Roménia, que em teoria fica mais forte» e garantiu que o excesso de confiança não é um perigo real: «Claro que o moral subiu depois do jogo com a Inglaterra, mas temos consciência de que tudo está por decidir». 

Mostrando-se favorável à mudança da regra dos quatro passos, o suplente de Vítor Baía referiu que «desta forma é mais fácil lançar contra-ataques directos e dar velocidade ao jogo». Por fim, quanto ao seu futuro, adiantou nada estar ainda decidido, «embora disponha de propostas concretas».

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