Selecção A já se concentrou

29 ago 2000, 00:32

Operação-Estónia Os 19 jogadores convocados por António Oliveira já estão todos juntos e de boa saúde. Até sexta-feira a equipa das quinas trabalha no Estádio Nacional. Depois parte para a Estónia, onde no domingo inicia a fase de apuramento para o Mundial 2002, a disputar na Coreia e no Japão.

A Selecção Nacional iniciou na noite desta segunda-feira a operação-Estónia, com jogadores, treinadores, directores e restante pessoal do «staff» federativo a concentrarem-se numa unidade hoteleira de Queijas, bem próxima do Estádio Nacional. 

Os 19 jogadores chamados por António Oliveira apresentaram-se a horas e de boa saúde. 

Portugal vai disputar no domingo, em Tallinn, o primeiro jogo da fase de apuramento para o Mundial 2002 (Coreia e Japão). Este será também o primeiro encontro oficial de António Oliveira nesta sua segunda experiência como seleccionador. 

A partida para a Estónia esta agendada para sexta-feira de manhã. Até lá a Selecção realiza cinco treinos no relvado principal do Complexo Desportivo do Jamor - dois na terça e na quinta, apenas um na quarta.

José Romão, um dos adjuntos de Oliveira, fez as honras da casa e antes mesmo de os jogadores começarem a chegar ao hotel falou em nome da equipa técnica para manifestar a intenção de «fazer um apuramento fantástico e uma fase final do Mundial ao mais alto nível». 

A fasquia está alta, mas nem poderia ser de outra maneira: segundo Romão, «Portugal tem jogadores de excelência, logo só se pode esperar uma prestação de excelência». 

Depois de desmistificar a ausência de Vítor Baía - «Pedro Espinha e Quim dão-nos todas as garantias» - José Romão deu o mote para aquilo que se tornou no discurso oficial dos portugueses: «Encaramos a Estónia como qualquer outro adversário, ou seja, com muito respeito. A fase em que Portugal se descontraía ou se motivava menos frente a adversários teoricamente mais fracos acabou. Sabemos o que queremos.» 

Mais tarde, os jogadores que falaram à Comunicação Social acrescentariam, quase a uma só voz, que «já não há jogos fáceis». Simão Sabrosa, por exemplo, defendeu a ideia de que este será «um jogo difícil, quanto mais não seja por ser o primeiro». 

De volta a José Romão, é importante reter que a Estónia «foi observada duas vezes e mostrou ser uma equipa muito difícil de bater quando joga em casa». O esquema preferido da antiga república soviética assenta «num 4x4x2 em que os dois avançados têm bastante mobilidade». 

Para esta operação Oliveira chamou os seguintes jogadores: Pedro Espinha (F. C. Porto), Quim (Sp. Braga), Nélson (F. C. Porto), Fernando Couto (Lazio), Jorge Costa (F. C. Porto), Beto (Sporting), Rui Jorge (Sporting), Dimas (Sporting), Vidigal (Nápoles), Costinha (Mónaco), Paulo Sousa (Panathinaikos), Fernando Meira (Benfica), Figo (Real Madrid), Sá Pinto (Sporting), Rui Costa (Fiorentina), João Pinto (Sporting) Capucho (F. C. Porto), Simão (Barcelona) e Pauleta (Corunha). 

João Pinto bem, Sá Pinto aliviado, Beto firme 

João Vieira Pinto foi dos primeiros a chegar. O jogador do Sporting garantiu estar completamente restabelecido do problema físico que obrigou à sua substituição em Guimarães, no passado sábado: «Durante a própria segunda parte do jogo já estava bom. Tive uma má disposição e em função disso o médico do Sporting entendeu que seria melhor sair, mas está tudo bem.» 

João Pinto conhece a Estónia do apuramento (falhado) para o Mundial de 94, lembra que Portugal venceu as duas partidas que então disputou com o adversário de domingo, mas está convicto de que «a equipa deles deverá ter evoluído e vai apresentar-se mais forte agora». 

Simão Sabrosa pode estrear-se em jogos «a doer», depois de ter cumprido duas internacionalizações em encontros particulares. O jovem do Barcelona acredita que «o facto de as coisas estarem a correr bem no clube abre uma porta para representar o país» e mostra-se contente com a forma como a pré-época se está a desenrolar: «Finalmente estou a ter oportunidades. O treinador [Serra Ferrer] confia em mim e eu só penso em trabalhar para não o defraudar. As coisas estão a sorrir para mim em Barcelona, ao contrário do que sucedeu antes. No ano passado, quando tinha uma oportunidade sabia que quer jogasse bem ou mal ficaria no banco no jogo seguinte...» 

Sá Pinto foi o nome mais badalado dos últimos dias. À tarde revelou finalmente que vai permanecer em Alvalade, recusando a hipótese de jogar no Real Madrid. À noite, fechou esse capítulo recordando as razões que o levaram a ficar no Sporting. 

Interrogado sobre se além da própria vontade algo mais - como um qualquer desacordo entre as partes envolvidas - teria impedido a transferência, Sá Pinto foi taxativo: «Falámos [ele, Luís Duque e José Veiga] de um conjunto de situações, mas acima de tudo quem se sente bem onde está não quer mudar...» 

Beto, tal como João Pinto, disse-se «feliz» com a permanência de Sá Pinto em Alvalade. Quanto ao seu caso, nada acrescentou ao que dissera à tarde, depois de ter estado mais de duas horas nas instalações da SAD leonina: «Sou jogador do Sporting e não conheço qualquer proposta para sair. Ficarei no clube, onde me sinto bem, a não ser que o Sporting não me queira!» 

E encerraram-se os assuntos que não tenham a ver com a Selecção Nacional, prioridade única a partir de agora. Como desabafou o aliviado e bem disposto Sá Pinto, depois de desligados os microfones e as câmaras, «acabou, não foi?».

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