Humberto admite dúvidas na equipa

16 jun 2000, 18:14

Seleccionador só decidirá no sábado O Seleccionador nacional admitiu que continua com dúvidas quanto à equipa a apresentar de início frente à Roménia, devido à condição física de alguns jogadores. Decisões só próximo da hora do jogo.

Humberto Coelho ainda tem dúvidas acerca do onze que vai defrontar a Roménia. Foi o próprio seleccionador a admiti-lo, em conferência de imprensa realizada de manhã, salientando que as derradeiras opções estão dependentes das respostas que alguns jogadores deram no treino de hoje, de adaptação ao Gelredome de Arnhem, e da sua condição nas próximas horas. «O facto de os jogadores estarem clinicamente aptos não quer dizer que estejam desportivamente a cem por cento. Alguns continuam a fazer treino condicionado, por isso é melhor aproveitarmos as 24 horas de que ainda dispomos», explicou.  

No centro das dúvidas estão Paulo Bento e Abel Xavier, fisicamente limitados nos últimos treinos, com os problemas musculares do segundo a consituirem o maior problema, como se confirmou no treino da tarde. Embora Humberto deixe a última palavra para a manhã do jogo, torna-se muito provável o regresso de Secretário à titularidade. Também Paulo Sousa é uma das incógnitas, mas aí tudo passa pela opção técnica de Humberto Coelho, uma vez que o jogador efectuou sem limitações todos os treinos depois do jogo com a Inglaterra. O regresso do médio do Inter é uma forte hipótese, o que levaria à saída de Vidigal do «onze» inicial. 

Humberto foi muito prudente nas declarações, mas sempre foi adiantando que «a equipa está tão bem preparada como estava para o primeiro jogo». Fazendo eco dos comentários positivos da imprensa estrangeira após a exibição em Eindhoven, o seleccionador acentuou com agrado que «o padrão de jogo tem sido consolidado» nos últimos dois anos. «Acredito no nosso sistema, até porque os jogadores estão a interpretá-lo cada vez melhor».  

O elogio da alegria 

Uma frase que confirma a impressão de que o modelo táctico da equipa não vai sofrer alterações, apesar das características diferentes do futebol romeno: «Se houver nuances no nosso posicionamento será o próprio decorrer do jogo a provocá-las, não a nossa atitude inicial». Assim, tudo indica que Sérgio Conceição fique outra vez no «banco», até pelo óptimo rendimento do triângulo Figo-Rui Costa-João Pinto na segunda-feira.  

Sobre o adversário, para lá das manifestações de respeito, um alerta: «Eles são perigosos nas bolas paradas e têm jogadores com muita imaginação, capazes de provocar surpresas nesses lances. Ainda ontem trabalhámos especialmente esse aspecto». 

Acreditando que a equipa vai estar bem fisicamente diante da Roménia, Humberto referiu também o lado estético do jogo português: «A equipa está solta, moralizada, o que permite o aparecimento de um factor muito importante no futebol, a inspiração, que nos traz momentos como os dos golos à Inglaterra. E eu gosto de ver os meus jogadores com tanta alegria de jogar como em Eindhoven». 

Por outro lado, a incerteza acerca do futuro profissional de vários jogadores portugueses foi desvalorizada pelo seleccionador, que não acredita em desconcentrações: «Os jogadores não ficam indiferentes a tudo o que se comenta, mas ninguém está de cabeça no ar. Sei que todos estão, nesta altura, concentrados em objectivos mais vastos». Humberto revelou também um acordo tácito estabelecido com os jogadores: «Não se fazem negócios neste estágio. Os agentes são pessoas importantes no futebol, e os futebolistas também devem pensar na sua vida, mas não aqui. Mas por isso é que houve um dia de folga, com total liberdade».

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