FPF muda-se para Cidade do Futebol «sem um cêntimo de financiamento público»

6 nov 2014, 16:02

UEFA e FIFA participam com seis milhões, num custo total de 10

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, apresentou nesta quinta-feira a Cidade do futebol, que será edificada no Jamor «sem um cêntimo de financiamento público». Para isso, «e para salvaguardar a situação financeira da federação», a sede da entidade vai mudar-se de Lisboa para o Jamor. O projeto tem conclusão prevista para abril de 2016.

Fernando Gomes garantiu que a Cidade do Futebol «será edificada cumprindo todas obrigações tributárias pela FPF». O presidente quis esclarecer que o projeto «foi reconhecido pelo estado como de interesse público» e que «sendo a FPF de utilidade pública, não deve ser confundida com uma entidade pública».

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A mudança da Casa das Seleções, o projeto inicial do antigo líder da FPF, Gilberto Madaíl, de Sintra para o Jamor foi aprovada em 2012. Fernando Gomes lembrou que, tal como tinha anunciado nessa altura, «a FPF previu gastar cerca de 10 milhões de euros» na Cidade do Futebol, embora a passagem da sede para o Jamor e o aparecimento de «estruturas que ninguém sabia existir» no local tem «custos adicionais de três milhões de euros».

Inicialmente, estavam previstos três milhões de euros de financiamento pela UEFA e um milhão pela FIFA. Esse valor aumentou para seis, de acordo com o presidente da FPF.

Outra medida é a mudança da sede do organismo. «Com esta decisão, sairemos do centro de Lisboa, um local com custo substancialmente elevado». A alienação do edifício permitirá à Federação um encaixe financeiro importante e que será aplicado na construção no Jamor.

Entre dinheiro da UEFA, FIFA e venda da sede no Rato, a FPF conta «financiar 85 por cento do projeto». O resto virá de receitas de jogos da Seleção Nacional.

Fernando Gomes revelou números para argumentar a necessidade da construção de um local que concentre os serviços da FPF e um sítio para as equipas nacionais, que gastam um milhão de euros por ano
.

«Só em outubro, as seleções disputaram 11 jogos, fizeram 63 sessões de treino, num total de 251 atletas envolvidos. Nos números totais de 2013/14, fizemos 75 dias de estágios, com 663 sessões de treino e 163 jogos», enumerou.

«Nenhum destes dias de trabalho foi vivido em casa própria. Tudo arrendado com deslocação de atletas, médicos e técnicos, com evidentes sacrifícios financeiros», concluiu.

O ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, sublinhou também a ausência de financiamento estatal e o facto de o Governo preferir «atribuir às federações gestões dos espaços que são do estado, contratualizando obrigações e deveres».

Marques Guedes argumentou que «o estado não pode, não deve e não tem vocação para gerir sozinho um vasto conjunto de estruturas desportivas» e que, nesse aspeto, as diferentes associações desportivas «respondem de forma mais eficaz». 



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