"Não há garantias de que a guerra não vá ficar pior". OMS prepara-se para a eventual utilização de armas químicas na Ucrânia

7 abr 2022, 13:07

Responsável europeu diz que é necessário colocar em cima da mesa todos os cenários

A Organização Mundial de Saúde (OMS) está a preparar-se para a possibilidade de virem a ser realizados “ataques químicos” na Ucrânia. De acordo com o diretor regional para a Europa, este é um cenário que não deve ser colocado de parte.

“Dada a atual situação de incerteza, não existem garantias de que a guerra não vá ficar pior”, afirmou Hans Kluge, a partir de Lviv, onde se encontra, a avaliar a situação.

“A OMS considera todos os cenários e está a tomar medidas de contingência para diferentes situações que podem afetar as pessoas na Ucrânia: dos cuidados continuados para as várias vítimas, aos ataques químicos”, acrescentou.

A possibilidade da utilização de armas químicas é um dos maiores receios do Ocidente, que teme que a utilização deste armamento, bem como de armas biológicas, possa resultar em danos para lá da Ucrânia. A NATO já avisou a Rússia que vai interpretar um cenário de consequências químicas ou biológicas num seu Estado-membro como um ataque à organização.

Em sentido contrário, o Ministério da Defesa da Rússia continua a acusar Kiev, sem apresentar provas, de planear ataques químicos contra o seu povo para depois acusar Moscovo de utilizar armas deste tipo.

Ainda no mesmo discurso, que foi adiado por causa de um aviso das sirenes em Lviv, Hans Kluge indicou que a OMS está a coordenar com a União Europeia a triagem dos pacientes que têm chegado da Ucrânia a países como Polónia, Hungria ou Roménia.

A OMS já forneceu cerca de 185 toneladas de equipamento médico, incluindo materiais para tratar traumas. Adicionalmente, outras 125 toneladas estão a caminho da Ucrânia.

Os dados daquela organização indicam que nas seis semanas de guerra já foram conduzidos 91 ataques a infraestruturas de saúde ucranianas, o que terá resultado em 73 mortes. Um dos casos mais mediáticos foi o do ataque à maternidade de Mariupol.

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