Neto de libanês, natural de Mato Grosso, adorou jogar em Chipre, mas a sua casa é Portugal. Um brasileiro do Mundo que fez questão de regressar a Braga
Foi um dos principais talentos do crescimento doWenderson de Arruda Sai,
Em julho de 2013, três meses depois de completar 38 anos, o antigo avançado brasileiro percebeu que estava na hora de
«Não foi fácil, nunca é. Mas percebi que era o momento certo, porque tinha aparecido uma boa oportunidade de ingressar nos quadros do Braga. Sempre adorei aquela cidade e aquele clube. Passei aqui anos muito felizes e fiquei muito contente por poder voltar», explica o brasileiro, em conversa com o
Dias antes de ter aparecido a oportunidade de voltar à casa bracarense, Wender tinha acabado de fechar uma continuidade em Chipre. «Tinha já tudo acertado, mas falei com eles e expliquei que o melhor para mim era dar esse passo e poder voltar ao Braga. A minha família adora esta cidade, gostamos todos muito de viver cá, é aqui que temos tudo».
A difícil decisão de parar
«Hoje fecha-se mais um ciclo na minha vida: a minha carreira como jogador de futebol. Foram 21 anos de dedicação, com algumas derrotas e muitas vitórias, mas não pensem que estou triste. Muito pelo contrário, porque hoje começa uma nova fase, agora como treinador de futebol num clube que me acolheu durante seis anos e que, a partir de hoje, espero retribuir a confiança dos velhos tempos. Falo do Sp. Braga. Queridos amigos e familiares, gostaria de agradecer todo o apoio e confiança nestes 21 anos de carreira como jogador profissional. Obrigado pelo carinho de todos!»
Foi assim que Wender anunciou, na sua página pessoal no Facebook, o adeus
«Claro que não foi uma decisão fácil. São muitos anos, muitas memórias. Sempre gostei de ser um jogador que dava tudo, que tentava mostrar arte, talento. E não é fácil sentir que isso não vai acontecer mais», comenta Wender.
Novo desafio: ser treinador
Fechada a página de futebolista, Wender está a descobrir uma nova vida: «A gente aprende sempre em qualquer função e é isso que estou a fazer também. Ser treinador é um grande desafio, uma grande experiência. Estes primeiros meses foram já de grande aprendizagem
Primeiro, em julho, Wender entrou como adjunto dos juniores, trabalhando com Pedro Correia. Recentemente, em fevereiro, passou a ser adjunto dos «bês»
A vida de Wender no banco está ainda muito no início. Mas o brasileiro não esconde ambições: «Claro que quero evoluir, é sempre bom evoluir. Sabe-se lá o que pode vir aí pela frente. Ser um dia treinador principal pode ser uma possibilidade, quem sabe...»
Memórias de Alvalade
Wender viveu «anos inesquecíveis no Braga», num total de seis épocas e meia. Brilhou de tal modo no clube minhoto que chegou ao Sporting, corria a época de 2005/2006.
Mas as coisas não correram bem: meio ano depois, estava de volta a «casa». Ao Sp. Braga
Ok, mas então porque não deu para jogar mais? Wender explica: «Fui para Alvalade com o «mister» Peseiro
Como Wender é extremo
A solução foi um «regresso à base», para mais três anos de bom nível.
«Experiência fantástica» em Chipre
E em Chipre
«Fui com algum receio, porque tinha dificuldade em falar línguas. Mas hoje posso dizer que falo o essencial de inglês para poder viajar e me sentir bem num país diferente. Adorei Chipre. Foi um prazer jogar lá, trabalhar lá, conhecer aquelas pessoas», garante.
Wender pinta sobre o futebol cipriota um quadro bem rosado do que alguns dos jogadores portugueses que, nos últimos anos, experimentaram por lá situações desagradáveis de salários em atraso: «Não posso dizer isso, admito. Comigo correu tudo bem, pagaram-me sempre tudo. A qualidade dos clubes é interessante, fiquei muito bem impressionado».
Ainda assim, Wender notou «nos anos mais recentes» que «a crise afetou também a capacidade financeira dos clubes em Chipre».
Primeiro no Ermis
O avô libanês e a viagem a Beirute
O apelido Said
O avô paterno do brasileiro era libanês
Wender nunca tinha ido ao Líbano: «Foi importante para mim conhecer e para mim Beirute foi uma surpresa. Não vi violência, vi sim alguma tensão, com os soldados a passar lá com os tanques, mas só ao longe. A cidade em si é extraordinária».
Ir a Mato Grosso e não ver o Mundial
Wender é natural de Mato Grosso, estado que acolherá quatro jogos da Copa, no Arena Pantanal
«Conto ir ao Brasil por essa altura, mas possivelmente não estarei nos jogos. Quero aproveitar para ver a minha família, matar saudades... Mas claro que é muito bom para Mato Grosso ter jogos da Copa».
Wender deu os primeiros passos no futebol no Operário
«Acabei por parar no Sport Recife e fui colega de equipa do Juninho Pernambucano
B.I.
WENDER
Nome
Data de nascimento:
Posição:
Altura:
Peso
Percurso como jogador:
Percurso como treinador:
«Mundo Brasil» é uma rubrica que conta histórias das experiências de jogadores e treinadores brasileiros que atuam ou já atuaram em campeonatos espalhados pelo globo