Vieira da Silva defende João Galamba: "Não estou tranquilo quando lemos a notícia de que um membro do Governo foi escutado quatro anos”

7 jan, 12:02

O antigo ministro do Trabalho referiu-se às escutas no âmbito da Operação Influencer: “É sempre grave quando assistimos que se está a pôr em risco os fundamentos da liberdade, da democracia e do Estado de Direito”

O antigo ministro José António Vieira da Silva saiu em defesa de João Galamba durante o 24º Congresso do PS: “Foram democratas, muitos deles do PS, que criaram o atual Estado de Direito e a separação de poderes e não aceitamos lições de ninguém nessa dimensão. Tenho de dizer que não estou tranquilo quando lemos a notícia de que um membro do Governo [João Galamba] foi escutado quatro anos”, apontou.

Embora não tenha referido diretamente o nome do ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, era a ele que se referia, bem como às escutas no âmbito da Operação Influencer.

Segundo Vieira da Silva, essa notícia não foi desmentida. Se essa prática “for legítima é grave, e se for ilegítima também é grave”, rematou. “É sempre grave quando assistimos que se está a pôr em risco os fundamentos da liberdade, da democracia e do Estado de Direito”, acrescentou.

José António Vieira da Silva recusou depois a tese que as suas palavras possam ser interpretadas como uma tentativa da parte da política de entrar na justiça. Pelo contrário, disse, "não podemos fechar os olhos, não podemos fingur que não existe": "É a política a defender a sociedade, a defender a democracia e o Estado de direito. E essa é provavelmente a maior herança do PS. Essa é a nossa maior herança, a nossa marca fundadora. Este é o partido de Mário Soares”, declarou, recebendo uma prolongada ovação.

No início da sua intervenção, Vieira da Silva lembrou que ontem passaram três anos sobre a invasão do Capitólio nos EUA e que neste momento corremos o risco de o seu responsável, Donal Trump, voltar a ser eleito presidente dos EUA: "É para nos assustarmos. Mas é principalmente para percebermos como nos últimos 75 anos pela primeira vez as forças autocráticas, autoritárias e liberais estão em crescimento e a democracia está em recuo em todo o mundo. E isso também se passa no nosso país", disse.

"Eles sempre cá estiveram. O grave é que cada vez mais há mulheres e homens que se sentem atraídos por esse discurso. Essa talvez venha a nossa preocupação fundamental nos próximos anos. Estar atentos, perceber onde é que a democracia ter falhado para estarmos a enfrentar este risco de voltarmos à idade das trevas, que ainda não há muito marcaram o mundo e a civilização".

 

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